O Município de Ponte de Lima inaugurou, esta sexta-feira, nos jardins junto à entrada da Expolima, a nova estátua de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal.
A escultura de matriz clássica foi executada pelo escultor galego Elías Cochón Rei e tem três metros de altura, sendo constituída por três toneladas de bronze.
Elías Cochón Rei revelou a O MINHO que a peça foi construída por partes e o processo de produção demorou cerca de quatro meses. Está implantada sobre uma base de granito.

A obra, que representou um investimento da autarquia de 40 mil euros (mais IVA), foi feita a partir de um projeto conceptual de Joana Silva.


A cerimónia contou com a presença, entre outros, de Vasco Ferraz, presidente da Câmara de Ponte de Lima, Paulo Barreiro de Sousa, vice-presidente da autarquia, António Cunha, presidente da CCDR-Norte, Elías Cochón Rei, escultor da obra, e José Ribeiro e Castro, ex-deputado à Assembleia da República do CDS-PP.
A inauguração integrou o programa de Comemorações dos 900 Anos da Carta de Foral a Ponte de Lima.
“Cada distrito de Portugal devia ter uma obra destas”
O autarca de Ponte de Lima disse que esta é uma “justa homenagem” ao “homem mais importante de Portugal”. “Foi através dele que Portugal perdurou no tempo”, apontou, em declarações à margem da cerimónia.
Vasco Ferraz considerou que a escultura “dignifica” D. Afonso Henriques e que a vila é um “exemplo” para que “todos os territórios portugueses possam fazer o mesmo”. “Pelo menos, em cada distrito de Portugal devia haver uma obra destas”, atirou.
Após a colocação desta estátua, a praça onde está instalada vai mudar de nome – Praça da República para Praça D. Afonso Henriques. A decisão terá ainda de ser aprovada na Assembleia Municipal, mas o autarca está confiante que não existirá oposição.
Para António Cunha, presidente da CCDR-Norte, esta é uma peça “bonita” e “bem enquadrada”, tendo sido uma forma “muito lúcida e simpática” de Ponte de Lima acrescentar mais um marco à comemoração dos seus 900 anos.
“Somos um dos países com fronteiras estabilizadas há mais tempo, somos um país independente há quase nove séculos, isso só pode orgulhar todos os portugueses e o seu fundador”, referiu António Cunhas aos jornalistas.
E acrescentou ainda que a vila de Ponte de Lima continuar a ser uma “terra notável” capaz de fazer uma “simbiose muito interessante” entre o passado e o futuro “que vai construindo com o seu desenvolvimento económico”. “É um exemplo para todos nós”, concluiu.



O momento foi abrilhantado por um momento musical a cargo de uma dupla limiana – Beatriz Patrocínio (soprano, estudante de Mestrado do ESMAI) e Vera Fonte (piano, professora da UMinho).
D. Afonso Henriques em idade adulta
Como O MINHO noticiou, e segundo a autarquia, a estátua representa D. Afonso Henriques na “idade adulta, com a cabeça adornada por uma coroa volumosa, cravada a pedras preciosas, envergando uma loriga de malha metálica sobre uma túnica e um manto até aos pés”.
“As mãos calçadas por luvas seguram o escudo, em formato amendoado com a representação das Quinas e uma cruz de braços largos, e uma robusta espada de cavaleiro com pomo discoide com a representação de uma cruz”, acrescentou.
Ligação à vila
“A sua ligação a Ponte de Lima está historicamente comprovada na assinatura do Foral da fundação da Vila atribuído pela sua mãe, a Rainha D. Teresa, mas também na amizade entre D. Teresa e D. Henrique com D. Afonso Ansemondes, senhor de Refoios, que vivia junto à Torre, em Refoios”, justificou a autarquia, em comunicado enviado ontem a O MINHO.
E prosseguiu: “Em 1124, um ano antes da Carta de Foral a Ponte de Lima, D. Teresa e D. Afonso Henriques, doam a Mendo Afonso um condado em Refoios do Lima, onde vai ser fundado o Mosteiro de Santa Maria de Refoios, a favor do qual, mais tarde, o Rei confirmará o privilégio de couto. Ele esteve então também na génese da criação do Mosteiro de Santa Maria de Refoios do Lima, a mais relevante casa religiosa do vale do Lima, que foi crescendo ao longo dos séculos, materializando-se num imponente edifício, ainda hoje tão dinâmico e ativo, como podemos apreciar nas vidas da Paróquia de Refoios do Lima e na da Escola Superior Agrária. A Lenda da Cabração e a Lenda do Rego do Azal narram eventos imaginários e fabulosos que por aqui se terão passado e em que Afonso Henriques assumiu o papel de protagonista.”.