Efeitos da exposição a imagens reais de violência em crianças e adolescentes

Vania Mesquita Machado

Artigo de Vânia Mesquita Machado

Pediatra e escritora. Autora do livro Microcosmos Humanos. Mãe de 3. De Braga.

A minha entrevista no Jornal 2, o meu sincero contributo contra a exibição de imagens de horror, não fictícias, nos noticiários.

Objetivo: evocar o espírito de paz de Natal para uma reflexão conjunta sobre como actuar face à brutalidade da violência real, que entra em nossas casas diariamente através das imagens mostradas nos telejornais.

Estamos a compactuar com a imunização massiva de todos nós para a agressividade.

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Entrevista de Vânia Mesquita Machado: http://www.rtp.pt/play/p2243/jornal-2 (minuto 11′)

É neste ambiente que cresce a geração futura.

Insónias e pesadelos, somatizações (dores de cabeça, de barriga, vómitos), dificuldades na aprendizagem, medos excessivos e fobias, ansiedade, delinquência juvenil, bullying- eis algumas das consequências, variáveis conforme as idades.

Uma das mais graves, é a aprendizagem errada de que a violência é uma forma aceitável de resolver conflitos e problemas.
Alterações de comportamento com agressividade crescente em casa, entre os pares, com os professores, esta é a realidade, e a visualização de conteúdos violentos nos telejornais contribui em grande parte para isto.

É imperativo um papel pro-ativo da comunidade, nomeadamente políticas educativas que reforcem programas anti-violência nas escolas, a diminuição de conteúdos chocantes divulgados na comunicação social com eventual introdução de ratings que definam o grau de violência das imagens em pré-aviso. O ideal seria existirem apps que bloqueassem as imagens.

Mas sobretudo as famílias, primeira linha de defesa das crianças, têm de estar atentas.

Desligar a televisão resulta em alguns lares, mas ao serão é difícil muitas vezes fazê-lo entre o corridinho das tarefas caseiras, e os adultos têm o direito de se informarem sobre os assuntos da atualidade.

Os cuidadores devem apenas responder ao que as crianças vão perguntando para não gerar mais ansiedade, com uma linguagem adaptada à idade, e principalmente tranquilizá-las. Nunca negar a realidade, mas aproveitar para falar sobre valores morais, o bem, o mal. Explicar que a violência não resolve os problemas.

Nunca subvalorizar os medos.

Um ambiente que faça as crianças e os adolescentes sentirem-se protegidos e apoiados é fundamental para que os próprios os consigam digerir e enfrentar a realidade tal como ela é, assimilando o correto conjunto de valores para crescerem seguras e aprendam a se defenderem da hostilidade do mundo em que todos vivemos.

VEJA: Entrevista de Vânia Mesquita Machado: http://www.rtp.pt/play/p2243/jornal-2 (minuto 11′)

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