Braga: Mulher suspeita de burlar ourivesarias pagou aos lesados e não vai ser julgada

Julgamento foi anulado
Foto: CM Póvoa de Lanhoso / Arquivo

Ia ser julgada, ontem, no Tribunal Judicial de Braga, por, em 2020, ter burlado sete ourivesarias em Braga, em Prado, Vila Verde, e na Póvoa de Lanhoso, mas o julgamento foi anulado porque a arguida pagou os 89 mil euros de prejuízos causados aos lesados e estes desistiram da queixa.

Antes do julgamento, os mandatários das sete ourivesarias vieram dizer que Julie S., de 31 anos, natural de França, mas residente em Vila Verde, os tinham ressarcido dos prejuízos causados, tendo o coletivo de juízes aceite a desistência e anulado o processo.

A mulher estava acusada de fazer pagamentos ‘online’ através de uma aplicação bancária no telemóvel, mas de forma a que dinheiro nunca chegava à conta dos ourives.

Em setembro de 2020 tentou enganar a proprietária da ourivesaria “Ouro sobre azul”, da Avenida da Liberdade, em Braga, mas teve azar porque ela era casada com um dos ourives que já fora burlado, e por isso, chamou a PSP, que a deteve.

A acusação do Ministério elencou a prática de oito crimes de burla, cinco na forma qualificada e três na forma simples.

Avó ia fazer 100 anos

Para enganar os comerciantes, entrava na loja e dizia pretender comprar umas prendas para a avó que ia fazer 100 anos.

Escolhia os artigos em ouro, normalmente anéis, pulseiras ou argolas e pedia para pagar através de uma aplicação bancária de telemóvel, que exibia. O ourives ou o funcionário concordavam e ela pedia-lhes o número de identificação bancária (IBAN) para introduzir na operação de transferência do dinheiro.

A seguir, enviava à firma uma cópia certificando a transação, mas que mais não era do que um ‘print’ fotográfico que ela própria fazia no aparelho, no momento em que nele aparecia que a operação seria feita. Essa cópia deixava perceber que a transferência fora terminada, mas tal nunca sucedia. Por isso, os vendedores entregavam-lhe o ouro.

Gato de 700 euros ficou por pagar

A mulher enfrenta, no entanto, e conforme O MINHO noticiou, outro julgamento, este no Tribunal Criminal. Em junho, o MP de Braga acusou-a de burla simples e falsificação de documentos por ter comprado um gato e não o ter pago. Isto porque terá comprado, por 700 euros um gato da raça “Maine Coon” que estava à venda nas redes sociais por 750 euros. Em maio de 2023, combinou encontrar-se com a dona, de nome Isabel, de Braga, e acertou o preço final de 700 euros.

Para tal, convenceu-a de que o marido tinha feito a transferência bancária daquele montante, tendo-lhe enviado um documento em tudo igual aos que o sistema bancário produz quando esse tipo de operação é feita, com os dados corretos da vendedora, mas que era falsificado.

 
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