O rio Este está a ser alvo de descargas poluentes, de cor esbranquiçada, desde o início da tarde desta sexta-feira. Pelas 21:30, o rio continua tingido em grande parte do curso que atravessa a cidade.
O MINHO contactou o vereador da Câmara de Braga com o pelouro do ambiente que indicou ter já acionado a GNR para investigar a origem da descarga, investigação essa que se encontra em curso.
Altino Bessa explica que nem sempre é fácil detetar a origem, uma vez que a descarga provem da rede de águas pluviais que atinge “dezenas de quilómetros” debaixo do solo um pouco por toda a cidade.
O vereador apela aos munícipes para que, caso identifiquem a origem de uma descarga, que “façam chegar à autarquia, mesmo que de forma anónima”.
“Nunca a Câmara escondeu fosse o que fosse ou não teve empenho para descobrir a origem das descargas. Recordo uma situação em que a descarga ocorreu por responsabilidade da própria autarquia, fruto de uma rutura de conduta junto às piscinas da Rodovia, e não encobrimos nada”, assegura.
“Nós não encobrimos ninguém e estamos empenhados ao máximo para detetar”, reforça o vereador, refutando acusações publicadas nas redes sociais de que se tratam de empresas ‘encostadas’ ao atual executivo.
Altino Bessa explica que está em marcha a criação de uma equipa composta por oito pessoas, trabalhadores municipais, para que realizem piquetes no rio Este, assegurando dias, noites, fins de semana e feriados.
Há ainda um trabalhador operacional que está a fazer o levantamento dos principais locais onde ocorrem as descargas para, de alguma forma, se conseguir encontrar os prevaricadores ambientais.
Esclarece ainda que a divisão responsável pelas águas pluviais está a acompanhar a situação com uma equipa de cinco pessoas (mais a chefe de divisão) para se mobilizarem nesses piquetes.
“Isso implica uma remuneração extra e por isso vamos criar uma escala para que haja sempre resposta por parte dos serviços municipais perante estas descargas, até para nos inteirarmos. Essas pessoas vão poder fazer aquilo que tecnicamente se designa como ‘abrir caixas’ para tentar descobrir a origem”, disse.
Esta iniciativa da autarquia serve para complementar o serviço das autoridades, tanto PSP como GNR ou a própria AGERE.
“No entanto, continuamos à espera da própria APA que só cá veio uma vez, depois de muita insistência, para apresentar um plano de fiscalização, pois essa é que é a entidade que tem gestão do domínio publico hídrico”, vincou.
Desde 2017 que a qualidade da água tem melhorado
Altino Bessa já o disse várias vezes mas volta a frisar: “Desde 2017 que temos feito uma renaturalização do rio, seja através da recolha de lixo, e recordo que foram retirados cerca de 300 camiões junto à zona da BOSCH, ou através das condições criadas para atrair espécies que há muitos anos não eram vistas nesse rio”, como é o caso de lontras, aves como os guarda-rios ou anfíbios.