Governo americano atribui bolsa à UMinho para “atrasar” efeitos de doença rara

Doença Machado-Joseph
Governo americano atribui bolsa à uminho para "atrasar" efeitos de doença rara

Uma investigação da Universidade do Minho recebeu uma bolsa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos para testar um novo medicamento que pretende “melhorar a condição” dos doentes com Machado-Joseph, “apontando” como alvo a serotonima, um neurotransmissor do cérebro.

Em declarações à Lusa, a investigadora da Escola de Medicina da Universidade do Minho e do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) responsável pelo projeto, financiado com 800 mil euros a dividir por três anos, Patrícia Maciel, explicou que o trabalho desenvolvido mostra que “apontando a serotonina, um neurotransmissor do cérebro, como alvo, se pode melhorar a condição de um ratinho transgénico que expresse a mutação da doença de Machado-Joseph”.

O NLX-112, nome técnico do medicamento em estudo e que será testado na Universidade do Minho, através do uso de modelos animais, “está já numa fase adiantada do processo”.

A Machado-Joseph é uma doença rara e neurodegenerativa que provoca descoordenação motora, não havendo cura, nem qualquer tratamento aprovado, sendo também caracterizada por alguma atrofia nos membros ou dificuldades na fala e a engolir.

Os sintomas podem começar na adolescência, piorando ao longo do tempo e conduzindo a uma eventual paralisia total: “Os primeiros sintomas, em regra, ou na maior parte dos casos, começam por volta dos 37 anos. A esperança de vida depois do início dos sintomas é de pouco mais de 20 anos”, referiu a investigadora.

“O NLX-112 é potencialmente ativo no sistema da serotonina e antecipamos que mostrará atividade promissora no modelo de ratinho”, explica Patrícia Maciel, investigadora da Escola de Medicina da Universidade do Minho e do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS).

“O objetivo do uso daquela nova molécula é melhorar os sintomas e atrasar o desenvolvimento da doença, não é a cura. Esta é uma doença hereditária e filhos de pais com Machado-Joseph têm 50% de desenvolverem também a doença. Já é possível fazer testes para verificar se existe ou não a mutação genética. O nosso modelo parte de que quanto mais cedo se começar a evitar os sintomas, melhor”, disse.

Esta fase do projeto envolve também uma empresa de biotecnologia norte-americana, Neurolix, que desenvolve terapias para doenças do sistema nervoso central.

 
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