O Tribunal de Braga condenou, quarta-feira, quatro jovens a penas entre três e um ano e nove meses de prisão, por terem sequestrado um outro para lhe roubarem um relógio Rolex.
Os quatro ficaram, ainda, obrigados a pagar, no prazo de um ano, 2.500 euros de indemnização à vítima, cabendo a cada um a quantia de 625 euros.
Foram sentenciados por crimes de roubo, tentativa de extorsão, e posse de arma proibida, tendo as penas ficado suspensas.
Em declarações a O MINHO, o advogado João Ferreira Araújo, que defendeu um dos arguidos disse que não vai recorrer, dado que a ‘sentença’ é “equilibrada e justa”.
Comprar um ‘taco’ por 20 euros
O coletivo de juízes deu como provado que, a vítima, de nome Diogo, foi, em fevereiro de 2023, acompanhado de um prima, foi, junto aos bares da UMinho, em Braga, adquirir um ‘taco’ de droga a Diogo Fabiano M., de 18 anos, de Braga, por 20 euros, tendo este dito que não tinha, mas pedindo-lhe o número de telefone para a fornecer a seguir.
Este arguido comunicou aos outros três, e os quatro, “conhecedores, pelas redes sociais, de que tinha um “Rolex” e peças em ouro, decidiu apoderar-se deles”.
Assim, no dia seguinte, às 00h35, o arguido Dinis S., de 20 anos, de Barcelos, telefonou-lhe, dizendo que estava no McDonald’s, em Braga, num BMW. A vítima, foi lá, com a prima, e entrou na viatura, tendo ela ficado cá fora.
Lá dentro, entregou-lhes os 20 euros para o haxixe. Entretanto, um dos arguidos saiu, ordenou à prima que se ausentasse, e voltou a entrar, de forma a que o ofendido ficasse ao meio, sem acesso às portas.
Aceitaram o dinheiro, mas não lhe entregaram o ‘haxe’ e conduziram, até ao Picoto.
Socos e pontapés
No percurso, perguntaram-lhe insistentemente pela coleção de relógios, mas dando-lhe socos e pontapés porquanto não respondia. No local, revistaram-no, subtraindo-lhe 270 euros. A seguir, dirigiram-se à freguesia de Nogueira, exigindo os relógios e esmurrando-o no rosto e no corpo.
Já debilitado, acabou por dizer que tinha um “Rolex” em casa. Aí, o Dinis Miguel puxou o tronco da vítima para fora do carro, ficando este com as pernas no interior, e um outro, com uma navalha, cortou-lhe parte do cabelo enquanto um terceiro lhe agarrou o pescoço, executando o denominado “mata-leão”. A seguir, o Boguinha pegou numa orelha e encostou-lhe um objeto cortante, tendo os restantes impedido que a cortasse.
A vítima suplicou que parassem de lhe bater, altura em que lhe disseram que matariam a sua irmã, de 4 anos, se não lhes desse o relógio, ao que acedeu. Levaram-no a casa, na Avenida Imaculada Conceição e estacionaram junto à BP, dizendo: “tens um minuto para dares o relógio, senão entramos na tua casa e matamos a tua irmã à tua frente”.
O ofendido, receoso, correu a casa onde, aos gritos, instou a mãe, para que lhe entregasse o relógio. Aquela foi à janela verificar a presença do veículo, e aí, os arguidos, apercebendo-se disso, e de um veículo da PSP na zona, fugiram.
Agressor deseja-lhe melhoras
Nesse mesmo dia, pelas 09h16m, a vítima recebeu uma mensagem na rede social “Instagram” remetida pelo arguido Diogo Fabiano com o seguinte teor: “desculpa rei as melhoras pah ti a pah tua mãe, irmão fica bem”.