Condenada a dois anos de prisão por humilhar e bater no marido em Barcelos

Violência doméstica
Foto: Ivo Borges / O MINHO / Arquivo

Dois anos e seis meses de prisão, ainda que suspensos, por violência doméstica. Foi esta a pena aplicada pelo Tribunal de Barcelos a uma mulher de 43 anos, que batia, insultava e humilhava o marido, em frente aos três filhos do casal. E vai pagar-lhe dois mil euros de indemnização, ficando, ainda, proibida de o contactar e sujeita a frequentar um programa destinado aos agentes de crimes semelhantes.

A O MINHO, o advogado João Ferreira Araújo, de Braga, que defendeu a arguida, disse que a sentença “é equilibrada” pelo que não vai recorrer.

A sentença dá como provado que se casaram em 2000. Em 2020, divorciaram-se mas continuaram a viver juntos e a gerir uma fábrica. Certo dia, ele contou-lhe que, quando era menor, foi abusado por um tio. A partir daí, ela, além de não guardar segredo, começou a insultá-lo, quer em casa diante dos três rapazes, quer na fábrica perante funcionários. Chamava-lhe “filho da p…, corno, gay e impotente” e dizia que, por isso, tinha uma relação extra conjugal.

Dois murros nos olhos

Por ter acesso à página dele no “Facebook”, fez publicações em seu nome. Em abril de 2023, pela 01:00, na sala, estando ele deitado no sofá, a arguida, desagradada com o facto de ele não ter jantado em casa, deu-lhe dois murros nos olhos, provocando-lhe um hematoma no esquerdo.

Dias depois, deu-lhe duas pancadas de punho cerrado na face, o que obrigou o filho mais velho a intervir. No dia 26, a arguida dirigiu-se à unidade fabril explorada por ambos e quebrou diversos objetos.

Na madrugada do dia 28, desferiu-lhe estalos e socos na face e uma pancada na cara com o telemóvel. Mais tarde, enviou-lhe uma mensagem através do “Facebook”, apelidando-o de “boi do caralho” e pedindo a entrega de cartões bancários. Pelas 17:00 desse dia, dirigiu-se à unidade fabril e na presença de um filho e dos demais trabalhadores, insultou-o com vários epítetos.

Mais tarde, ainda na fábrica, a arguida tentou suicidar-se com recurso a uma corda e foi encaminhada para o Hospital de Braga, tendo tido alta médica no dia 29.

Chegada a casa, pegou-se com ele e acabou por lhe dar um golpe num braço com uma faca.

Internada em psiquiatria

Em maio de 2023, foi internada em psiquiatria, para estabilização emocional, tendo posteriormente ido para casa da mãe, até se autonomizar em novembro. Conserva desde então residência, com a avó paterna e o novo companheiro.

 
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