Dezenas de comerciantes do setor do comércio e restauração de Vizela manifestaram-se, esta quinta-feira, contra as medidas do governo que consideram ser “a morte do setor”.
Como O MINHO noticiou, o Movimento “Toalha Branca” manifestou-se, na manhã de hoje, junto à Câmara Municipal, onde entregou um manifesto assinado por mais de mil empresários do concelho.
O presidente da Câmara de Vizela, Vítor Hugo Salgado, afirmou hoje apoiar “totalmente” os empresários da restauração e defendeu que o setor necessita de um apoio “mais expressivo” e “significativo” por parte do Governo.
“Colocamo-nos 100% ao lado da luta dos comerciantes, quer da restauração, cafés, [como] bares e discotecas porque, apesar de termos um concelho que não é de grandes dimensões, temos bastantes estabelecimentos e as medidas [restritivas] têm um impacto muito significativo”, afirmou o autarca.
Em declarações à agência Lusa, a propósito da manifestação dos empresários da restauração que decorreu hoje, Vítor Hugo Salgado afirmou que o setor necessita de “um apoio mais expressivo e significativo” da parte do Governo.
Para o autarca, as medidas de apoio ao setor da restauração devem ter em conta as despesas dos estabelecimentos e não a sua faturação.
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“O Governo, neste momento, está a avaliar este processo. O que temos ouvido falar é que neste setor será feita uma compensação financeira com base na faturação e o pedido que deixamos, até porque é variável a faturação atendendo aos últimos tempos, é que o apoio seja dado do ponto de vista das despesas de funcionamento”, defendeu.
Hoje, mais de uma centena de empresários da restauração juntou-se numa manifestação em Vizela, que culminou à porta da Câmara Municipal com a entrega de uma carta assinada por mais de mil empresários do concelho.
À Lusa, Vítor Hugo Salgado afirmou que, apesar do apoio da autarquia ser “limitado”, neste momento está a ajudar a pagar 50% das despesas da água, luz e recolha do lixo.
Durante o período de confinamento, no âmbito do Programa de Apoio Municipal – Vizela Covid-19, a autarquia assegurou “na integra” estas despesas a todo o comércio tradicional e estabelecimentos de restauração do concelho.
“Na primeira fase, esse apoio foi na ordem dos 150 mil euros e, nesta fase, será na ordem dos 100 mil euros”, esclareceu.
Paralelamente à entrega de ‘kits’ de proteção individual aos comerciantes e empresários da restauração, como máscaras, viseiras e gel desinfetante, a autarquia está também a “apelar à população para que apoiem os comerciantes ao longo deste fim de semana e do próximo”.
Segundo Vítor Hugo Salgado, o concelho de Vizela, que tem uma população de 24 mil habitantes, conta neste momento com 500 casos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19.
Portugal entrou segunda-feira em estado de emergência até 23 de novembro, para combater a pandemia de covid-19, impondo entre outras medidas o recolher obrigatório noturno em 121 concelhos com mais casos de infeção.
Esta medida de proibição de circulação na via pública entre as 23:00 e as 05:00 em dias de semana e nos próximos dois fins de semana, a partir das 13:00, é aplicada nos 121 concelhos considerados de risco elevado de transmissão da covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.285.160 mortos em mais de 52,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.103 pessoas dos 192.172 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.