Rui Gonçalves, natural de Freixo (Ponte de Lima), integra uma equipa internacional de investigadores que desenvolveu um superalimento que pode ajudar a salvar o declínio das abelhas. O trabalho foi publicado recentemente na revista Nature.
O estudo, coordenado por Geraldine Wright, da Universidade de Oxford, concluiu que as abelhas que comeram aquele suplemento durante os testes tiveram 15 vezes mais ‘bebés’ que cresceram até à idade adulta.
Os apicultores estão, cada vez mais, a alimentar as abelhas com substitutos artificiais de pólen devido à insuficiência de pólen natural. Contudo, esses suplementos comerciais – feitos de farinha proteica, açúcares e óleos – carecem dos compostos esteróis adequados, tornando-os nutricionalmente incompletos.
No novo estudo da Universidade de Oxford, realizado em colaboração com o Royal Botanic Gardens Kew, a Universidade de Greenwich e a Universidade Técnica da Dinamarca, a equipa de investigação conseguiu modificar a levedura Yarrowia lipolytica para produzir uma mistura precisa de seis esteróis essenciais para as abelhas.
Estaa mistura foi então incorporada às dietas fornecidas às colónias de abelhas durante testes de alimentação de três meses e revelou resultados positivos na sua reprodução.
“Este avanço tecnológico garante todos os nutrientes que as abelhas precisam para sobreviver, o que significa que podemos continuar a alimentá-las mesmo quando não há pólen suficiente”, disse a autora principal, citada pela BBC News.
Polinizadores como as abelhas contribuem para a produção de mais de 70% das principais culturas agrícolas globais.
De acordo com uma nota no ‘site’ Universidade de Oxford, na última década,
as perdas anuais de colónias de abelhas comerciais nos Estados Unidos variaram entre 40 e 50%, podendo atingir 60 a 70% em 2025.
O cientista limiano Rui Gonçalves formou-se na Universidade do Minho, seguindo depois estudos na Universidade Autónoma de Barcelona. Atualmente integra o Oxford Bee Laboratory, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.