O Clube MeteoFreixo emitiu o relatório climático da região do Minho, referente ao ano hidrológico (outubro 2022 a julho 2023) e ano civil 2023 (janeiro a julho do corrente ano), com destaque para as reservas hídricas estabilizadas que podem contribuir para a produção de energia, reduzindo as despesas a nível nacional.
No que respeita ao ano hidrológico, iniciado com a estação das chuvas em outubro de 2022 até ao mês de julho mantém-se estável, apesar dos escassos 22 mm caídos no último mês de julho. As condições relativamente amenas de julho também contribuíram para uma menor evapotranspiração do que aquilo que é expectável nesta época. Assim, as reservas hídricas continuam controladas mediante o elevado acumulado de precipitação registado no último outono. O acumulado até julho, superior a 2.000 mm, acima do valor médio análogo 1.400 mm garante um ano hidrológico com cerca de 600 mm acima da normal (+ 54%). Com as reservas hídricas estabilizadas, se o próximo outono registar uma precipitação normal poderá ser ótimo para a produção hidroelétrica e reduzir a despesa energética nacional.
Desvio termopluviométrico de 2023 e de julho (Região Minho)
Numa análise dos meses de 2023 verificamos que têm sido mais quentes (que a normal) e, alternando entre mais secos e chuvosos. Segundo o desvio de temperatura e precipitação do último mês de julho, este foi relativamente fresco (- 0,9ºC) e a precipitação dentro dos valores normais (22 mm). Estas condições favoreceram o baixo risco de incêndio no mês de julho mas, as preocupações subsistem nos próximos meses, uma vez que estas condições de humidade aumentaram o material combustível (florestal). Se tivermos um agosto e setembro bastante quente e seco, o Minho fica bastante vulnerável ao risco de incêndios rurais.
Gráfico termopluviométrico de 2023 (jan.-jul.)
Segundo o gráfico termopluviométrico de 2023, este mês de julho foi moderadamente ameno com uma temperatura média inferior a junho. Por outro lado, julho foi seco, apesar da pequena precipitação e dispersa nas semanas que favoreceu a um generalizado risco moderado de incêndios rurais e a uma estabilização dos caudais hidrológicos/reservas hídricas. Depois do surpreendente mês seco de fevereiro, o mês de julho foi apenas o segundo deste ano.
Termograma e pluviograma de 2023
Apesar das temperaturas médias de 2023 estarem sempre acima do normal, confirmando o ano bastante mais quente, o mês de julho contrariou a tendência como sendo o primeiro do ano mais fresco que a normal. Já quanto à precipitação, apesar de estar a ser muito variável ao longo de 2023 (entre meses significativamente chuvosos e outros bastante secos), julho choveu pouco, mas dentro dos valores normais da época.
Artigo de Sofia Araújo e Sérgio Amaro Bastos, do MeteoFreixo