Após uma semana de previsões que apontavam para o regresso da chuva a território minhoto já amanhã, a crista do anticiclone da Europa Central parece não querer deixar que isso aconteça, bloqueando a superfície frontal que está a causar imensa atividade tempestuosa entre os Açores e o continente.
Neste domingo, e de acordo com o desenvolvimento das últimas 24 horas, a probabilidade de chuva passou de quase certa para menos de 20%, isto por causa do forte (e atípico para janeiro) bloqueio de ar de alta pressão que se afunda na Europa Central, cujo efeito que se estende “em crista” até Portugal, e que dilui as tempestades que vêm do oceano, explicou a O MINHO Maria João Frada, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
“Existe a probabilidade de precipitação fraca durante a tarde, mas é muito baixa, inferior a 20%, daí termos optado por assinalar que não ocorrerá precipitação”, disse, referindo-se à mudança de previsão para os distritos de Braga e de Viana do Castelo que ocorreu esta madrugada no ‘site’ do IPMA.
Contudo, lembrou a especialista, continua a haver a probabilidade de ocorrência de chuva ou aguaceiros de uma forma esporádica em alguns pontos.
Sobre o bloqueio à chuva, a meteorologista dá conta do “anticiclone na Europa central que se estende em crista até à peninsula iberica e impede a progressão de uma superfície central fria que ocorre no Atlântico”.
A tempestade, “no mar, está com muita atividade, mas à partida vai ser travada pela crista anticiclónica e o sistema parece perder a atividade”, prosseguiu, acrescentando que a superfície que amanhã passará provavelmente em forma de nuvens, está carregada “com trovoadas onde tem atividade e provavelmente intensidade”.
“Mas os modelos indicam que vai perder atividade e apesar de se aproximar, já não deve chegar com muita intensidade, e também a crista não deixa”, concluiu.