Enquanto na maioria dos centros de vacinação do país se alongam filas devido ao aumento do ritmo de vacinação anunciado para combater a escalada da variante Delta, hoje em Arcos de Valdevez não há ‘candidatos’ suficientes para a vacina que justifiquem a abertura do espaço. Aquele centro de vacinação no Alto Minho está esta terça-feira de portas fechadas, porque o número de autoagendamentos é “pouquíssimo”. A ULSAM – Unidade Local de Saúde do Alto Minho apela aos maiores de 27 anos que autoagendem a toma da vacina contra a covid-19.
Os dez concelhos do distrito de Viana do Castelo têm centros de vacinação que, atualmente, como em todo o país, estão a funcionar com o autoagendamento a partir dos 27 anos. Contudo, em Arcos de Valdevez, explicou a O MINHO fonte da ULSAM, os pedidos são “pouquíssimos”. Por exemplo, na segunda-feira foram apenas 30. Hoje, o espaço já nem abriu devido à falta da procura – havia apenas dois autoagendamentos.
Quem tinha a toma da vacina agendada para hoje, recebeu ontem uma chamada a remarcar para outro dia.
Os meios que para ali seriam disponibilizados foram alocados para os centros de saúde, onde também estão a fazer marcações para a vacina contra a covid-19 telefonicamente.
“É importante vacinarem-se”
Fonte da ULSAM alerta para o problema de, nesta faixa etária, a partir dos 27 anos, pelo menos em Arcos de Valdevez, a adesão ao autoagendamente estar a ser “residual”, neste caso levando até que o centro não abra portas, e deixa o apelo para os jovens se vacinarem. “É importante vacinarem-se”, salienta.
Segundo o relatório mais recente da ULSAM, de 27 de junho, em Arcos de Valdevez, já foram administradas 22.748 vacinas, sendo que 57% da população já recebeu a primeira toma e 41% já tem a vacinação completa.
No Alto Minho já foram administradas 216.011 doses de vacina até ao dia 27 de junho, sendo que 50,2% da população já teve a primeira toma e 36,5% da população tem a vacinação completa.
Jovens mais resistentes à vacinação
Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa indica que 85,7% dos jovens entre os 16 e os 25 pretendem ser vacinados, mas 14,3% ainda não decidiram se vão receber a vacina contra o vírus SARS-CoV-2.
“É na população em idade ativa, nos homens e nas pessoas com mais escolaridade que se verifica maior resistência em relação à toma da vacina”, indicam os dados do barómetro covid-19 da ENSP referentes ao período entre 11 e 25 de junho.
Tendo isso em conta, há países que já delinearam estratégias para convencer os jovens a serem vacinados. A Grécia, por exemplo, vai lançar um cheque de 150 euros para os jovens entre os 18 e os 25 anos que forem vacinados para o coronavírus.
O cartão pré-pago poderá ser utilizado em museus, cinemas, no turismo, em transportes e também nos teatros.
Tal não deverá acontecer em Portugal, tendo a ministra da Saúde, Marta Temido, dito ontem, em entrevista à TVI, que a estratégia para captar os mais jovens passará pela pedagogia e sensibilização.
Os jovens com idade inferior a 18 anos deverão começar a ser vacinados contra a covid-19 na última semana de agosto, se o Governo conseguir manter o plano de vacinação previsto.
“Para o próximo ano letivo, o corpo docente e não docente e os alunos estarão todos vacinados”, o que vai permitir o regresso às aulas “em segurança”, garantiu a ministra.
Portugal bateu hoje recorde de vacinação
Mais de 141.500 doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas na segunda-feira em Portugal continental, avançou hoje à Lusa a `task force´ que coordena o plano de vacinação.
Segundo a ‘task force’ para o Plano de Vacinação contra a covid-19, na segunda-feira foi atingido o recorde diário de vacinas administradas em Portugal continental.
Portugal vai acelerar o ritmo de vacinação devido à rápida disseminação da variante Delta do coronavírus SARS COV-2, prevendo que seja possível vacinar cerca de 850 mil utentes por semana.
O vice-almirante Gouveia e Melo explicou que será usado o máximo dos stocks de vacinas existentes para aumentar o ritmo de vacinação.
Esse aumento do ritmo levou o primeiro-ministro, António Costa, a reconhecer que, nas próximas semanas, o processo de vacinação decorrerá em “condições mais incómodas”, mas que tal é necessário para contrariar a progressão da variante Delta.
Desde o início do plano de vacinação contra a covid-19, em 27 de dezembro de 2020, Portugal já recebeu mais de 9,5 milhões de vacinas, com 8,3 milhões já distribuídas pelos postos de vacinação do território continental e pelas duas regiões autónomas.
Em Portugal, morreram 17.092 pessoas e foram confirmados 877.195 casos de infeção pelo novo coronavírus, de acordo com o mais recente boletim da DGS.
A covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Notícia atualizada às 18h15 com mais informação.