Há mais de dez anos que a antiga fábrica de guarda-chuvas deu lugar ao que é hoje o Chusso Bar, localizado na “vila mais antiga de Portugal”, Ponte de Lima. Um bar que mantém as inspirações dos antepassados e antigos operários fabris, tem nos guarda-chuvas a decoração a seguir.
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Em Ponte de Lima, mais propriamente na Rua da Sra. Das Neves nº69, lá encontramos a Dona “Maria Celeste” (nome da operária mais antiga da fábrica) que nos dá a indicação até à porta encarnada. Com as paredes em pedra não há ritmos que façam estremecer os alicerces desta casa.
Mal entramos, o nosso olhar prende-se para o grande mural repleto de quadros. A sede de cultura num “Bar onde se bebe sob Guarda-Chuvas”, a sede de apoiar os artistas da região e a dinamização da Rua Formosa ou
a Rampinha, têm posto o Chusso Bar na linha da frente da ascensão de novos projetos. Numa vila de costumes e tradições, também quiseram implementar as suas. Os cartazes referentes à tradição da Vaca das Cordas, com mais de dois séculos, já são do tempo da antiga gerência e Flávio Mimoso (atual proprietário) quis mantê-la: “A festa em si já era valorizada, assim como os pintores e ilustradores de cada cartaz e fez e continua a fazer todo o sentido manter essa tradição viva, pois passa muito por evidenciar os artistas da terra, por mostrar a “nossa qualidade” e por tornar a Vaca das Cordas, mais rica”.
Dos mais alternativos aos mais convencionais, os nossos olhares, dentro do Chusso, conseguem seguir várias direções. Cada artista deposita nas telas o seu estilo próprio, mantendo como foco a figura mítica da Vaca. A festa continua a ser a palavra de honra e num tempo em que os direitos dos animais estão, cada vez mais, presentes há sempre opiniões controversas.
A artista deste ano, Ariana Amorim, reforçou que trabalhou a “humanização do animal”. Afirmando, no próprio desenho, que a festa pode continuar a existir, tal como a palavra indica, sem que haja a
violência do touro e, mostrando, o ambiente de animação noturna, a reunião dos amigos e nos momentos bem passados, que se vivenciam em locais como o Chusso. Conseguimos ter essa perceção pelos diferentes cartazes expostos no bar. Laro Lagosta, Joana Rosa Caçador e Carlos Bezerra são alguns dos artistas que fazem parte da história do bar que já foi fábrica.
Reuniões de amigos, recordações, histórias, momentos bem passados e de celebração são as palavras de ordem no Chusso. Um bar onde se bebe cultura e onde se reforça que “o que é nacional é bom, mas o que é local é ainda melhor”. O bar onde as letras dançam e a “poesia” se faz sentir no próprio nome.
2011
2012
2013
2014
2016
2018
A Vaca das Cordas decorre sempre na véspera do feriado do Corpo de Deus, o que este ano acontece a 30 de maio.
A tradição obriga a que o animal, que afinal é um touro, saia para a rua pelas 18:00, conduzido por cerca de dezena e meia de pessoas e preso por duas cordas.