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Hóquei em Patins

Campeões do Mundo de hóquei condecorados. Três novos heróis nacionais são de Barcelos – vídeo

Hélder Nunes, Rafa e Miguel Vieira ajudaram Portugal a chegar ao 16.º título mundial. Hoje foram condecorados pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa, onde Gonçalo Aves, de Vila Nova de Famalicão, também foi reconhecido

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A seleção nacional de hóquei em patins, da qual fazem parte três jogadores de Barcelos, foi hoje condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Portugal sagrou-se campeão mundial de hóquei em patins no domingo, em Barcelona, 16 anos depois da última conquista, vencendo a Argentina por 2-1 no desempate por grandes penalidades, após um nulo no final do encontro.

Gonçalo Alves (Famalicão) e Hélder Nunes (Barcelos) marcaram grandes penalidades para Portugal, enquanto pela Argentina apenas Nicolia conseguiu marcar.

A formação portuguesa conquistou o 16.º título mundial, menos um do que a recordista Espanha, reconquistando um título que lhe fugia desde 2003.

Três heróis nacionais de Barcelos

Entre os dez jogadores escolhidos pelo selecionador nacional para o Mundial de 2019, sobressaem três jogadores de Barcelos.

Imagem: FP Patinagem

Hélder Nunes, que começou a carreira no HC Braga, é a figura de destaque. Depois de se ter sagrado campeão nacional pelo FC Porto, de onde acabou por sair para o Barcelona, o jogador de 25 anos foi o marcador do segundo golo da seleção no desempate nas grandes penalidades.

Licenciado em economia pela Faculdade de Economia do Porto (FEP), é filho de Sérgio Nunes, que foi internacional pelo Óquei de Barcelos, e o sobrinho de Luís Nunes ‘Cenoura’, hoquista que participou na conquista da Taça CERS, com a camisola do Sporting, em 1984.

Imagem: FP Patinagem

Rafa é outro dos jogadores titulares nascido em Barcelos. No Mundial, marcou três golos. O avançado de 27 anos joga no FC Porto, clube com o qual renovou até 2022.

Formado no Óquei de Barcelos, José Rafael Costa também representou o HC Braga, em 2011/2012, e foi campeão pelo Valongo, em 2013/2014, altura em que foi resgatado pelos dragões, a título definitivo.

Imagem: FP Patinagem

Miguel Vieira, que também começou no HC Braga, e de onde saiu para jogar três épocas no Óquei de Barcelos, é atualmente jogador do Benfica desde 2017. Em duas épocas, o atleta de 22 anos marcou 26 golos, nos 74 jogos em que participou.

Gonçalo Alves, de Vila Nova de Famalicão, foi outro dos jogadores condecorados. Filho de Quim Zé, antigo jogador do Famalicense Atlético Clube (FAC), é sobrinho de Paulo Alves, antiga glória da modalidade.

Na sua página no Facebook, Paulo Cunha, autarca famalicense, também felicitou o avançado do FC Porto, de 25 anos, pelo feito.

“Viva Portugal”

Foto: Imagens Presidência

O Presidente da República apontou a conquista do mundial de hóquei em patins como um incentivo para se vencer desafios na justiça, saúde ou educação e defendeu que Portugal precisa da serenidade do guarda-redes Ângelo Girão.

“Se todos tivermos essa consistência e essa serenidade, todos os dias, todas as semanas, todos os meses, todos os anos, Portugal será uma pátria ainda melhor, muito melhor, para bem de todos os portugueses”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, exclamando: “Viva Portugal”.

O chefe de Estado deixou esta mensagem mais política no final da sua intervenção na cerimónia de condecoração dos jogadores e do corpo técnico da seleção nacional de hóquei em patins campeã do mundo, na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, em Lisboa.

“A vossa vitória é um símbolo do que nós, portugueses, podemos ser quando somos excelentes, quando somos os melhores dos melhores. E faz-nos acreditar mais em nós próprios, para vencermos outros campeonatos”, disse o Presidente da República, que tinha junto a si o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo.

Dirigindo-se à equipa, alinhada à sua direita, Marcelo Rebelo de Sousa completou: “Para vencermos os campeonatos do desenvolvimento, da justiça, da luta contra a pobreza, contra as desigualdades, os campeonatos permanentemente disputados dia a dia, na educação, na saúde, na solidariedade social”.

Nesta parte final do seu discurso, o chefe de Estado considerou que “o povo português vibrou” com esta vitória no hóquei em patins, rejeitando a ideia de “os êxitos desportivos são menores do que os outros sucessos, que servem para distrair consciências ou alienar os cidadãos”.

No entanto, salientou que os problemas do país persistem: “Claro que a vossa a vitória, de facto histórica, não apaga os nossos problemas, os nossos desafios, os nossos insucessos em tantos domínios”.

E também “não pode nem deve apagar ou minimizar outras vitórias, muitas delas anónimas, de portugueses cá dentro e lá fora, também no desporto, no trabalho, na educação, na saúde, na ciência, nas artes, na economia, no serviço social”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa saudou todos os elementos da equipa, “em nome de todos os portugueses, e sobretudo dos mais esquecidos, dos mais excluídos, dos mais desiludidos, dos mais pobres”, mas enviou um “especial abraço” ao guarda-redes Ângelo Girão, que elogiou pela sua “serenidade coriácea” constante.

“Como nós gostaríamos de ter, como eu gostaria de ter, não é muitas vezes, como acontece na nossa vida, mas é sempre, a serenidade coriácea na defesa dos lances impossíveis”, declarou, enaltecendo a sua “consistência” na baliza: “Defender uma vez, duas vezes, cinco vezes, dez vezes é obra. Defender sempre é praticamente quase impossível”.

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