A Câmara de Vieira do Minho aprovou, com o voto contra dos vereadores da oposição, o orçamento para 2023 no valor global de 19,8 milhões de euros, anunciou o município.
Em comunicado, a autarquia liderada em maioria por António Cardoso (PSD) diz que a proposta do orçamento para 2023 – que teve os votos contra dos três vereadores do PS – representa o “maior dos últimos anos, que vai priorizar as funções sociais”, que “absorvem mais de 50% das grandes Opções do Plano”.
“A proposta apresentada para 2023 fundamenta a ação estratégica do executivo municipal orientada para o ciclo de desenvolvimento do concelho, no qual as pessoas continuam a ser o foco principal da ação política, sem descurar os objetivos territoriais fundamentais para o desenvolvimento sustentável”, sublinha o município.
A proposta de 19,8 milhões de euros para o próximo ano significa um aumento de 600 mil euros face ao orçamento deste ano (19,2 milhões de euros).
Segundo o presidente da câmara, António Cardoso, citado no comunicado, “o desafio passa por, novamente, assumir a adequada operacionalização dos serviços municipais para que os recursos humanos possam alcançar elevados níveis de eficiência e eficácia, que será uma mais-valia no desempenho da atividade municipal”.
Os documentos previsionais apresentados contemplam a delegação nas juntas de Freguesia de um conjunto de competências.
“Por outro lado, nos últimos anos, o município de Vieira do Minho assumiu novas competências, fruto da descentralização de competências do Estado Central para os municípios. Com a assunção destas competências, o município perspetiva a criação de mais-valias para o território e uma maior proximidade dos serviços à população”, refere a autarquia.
O executivo refere que, na proposta do orçamento para 2023, “continua evidente o investimento na floresta, na agricultura, no ambiente e no turismo”.
“Continua a ser dada prioridade a investimentos industriais e de criação de emprego, nunca perdendo de vista a manutenção de uma sociedade inclusiva, potencializadora de igualdade e empreendedorismo e sempre solidária com os mais necessitados”, lê-se no comunicado.
Em relação à Ação Social, o executivo pretende em 2023 “manter um olhar atento” sobre as questões sociais.
“O combate aos casos de pobreza e de exclusão social continuarão na primeira linha dos objetivos deste executivo, através da promoção de políticas que contribuam para a dignidade e o desenvolvimento da pessoa humana. Assim, na área de intervenção social, este executivo continua a assumir como meta para 2023 o desenvolvimento das atividades enquadradas nos regulamentos municipais e a promoção de ações que visem atenuar e precaver situações de vulnerabilidade dos Vieirenses”, salienta o município.
Os três vereadores do PS votaram contra a proposta do orçamento para 2023, que segue para votação final em Assembleia Municipal.
“O PS de Vieira do Minho não concorda com o orçamento aprovado pela maioria PSD em reunião de executivo, pois o mesmo não define nenhuma estratégia integrada de desenvolvimento para o concelho, continuando uma política que não pensa no futuro dos vieirenses”, refere a Comissão Concelhia do PS de Vieira do Minho, em comunicado enviado à agência Lusa.
O PS local conta que as propostas por si apresentadas para integrar o orçamento “não foram consideradas pela maioria”, que, dizem os socialistas, “prefere gastar 13 milhões de euros em despesa corrente, que não para de aumentar”.
“Os socialistas defendem que a Câmara Municipal deveria apoiar as famílias no atual contexto de inflação. Por essa razão, foi proposto que a Câmara isentasse os vieirenses da tarifa fixa da água, saneamento e lixo. Seria um apoio às famílias que a Câmara não quis dar, preferindo aumentar os preços da água, saneamento e lixo”, sublinha o PS de Vieira do Minho.