A cadela que os bombeiros voluntários de Viana do Castelo adotaram este mês, junto de uma associação de defesa dos animais, tem dono mas vai continuar no quartel, disse um dos elementos da corporação.
“O dono reconheceu-a na página que criámos para ela no facebook e veio visitá-la aqui ao quartel. Viu que a Nina estava a ser muito bem tratada e vai deixá-la ficar connosco”, explicou Paulo Camelo.
O tripulante de ambulâncias de socorro adiantou que a cadela tinha fugido de casa, e não sido abandonada como inicialmente chegou a ser referido.
“A cadela fugiu de casa e andou perdida até ser recolhida pela associação Vila Animal, onde a adotamos”, disse.
Paulo Camelo acrescentou que o dono “ficou muito satisfeito por saber que a cadela, de apenas cinco meses, estava a ser bem tratada e prometeu regressar para a visitar”.
“No dia 3 de setembro, fugi de casa, em Freixieiro de Soutelo, com o meu pai. Felizmente ele tinha ‘chip’, e conseguiram encontrá-lo. Eu andei alguns dias sozinha e perdida, até que fui acolhida pela associação Vila Animal. Fiquei superfeliz por ter reencontrado o meu dono mas por nada largo os meus novos amigos bombeiros. Um dia vou visitar os meus pais e irmãos, estou muito feliz”, lê-se na página criada para a Nina no facebook.
A cadela é a nova “recruta” da corporação, e tem como missão de alegrar o quartel.
“Quando algum de nós sai para uma emergência e é algo péssimo, chegamos aqui e temos a Nina à nossa espera. É uma alegria, ajuda a esquecer um bocado aquilo por que uma pessoa passa”, disse a bombeira estagiária Juliana Rodrigues.
A Nina já enverga um colete vermelho e em breve vai ter um equipamento oficial, com as insígnias da corporação.
Juliana, de 18 anos, é das mais novas no quartel, mas uma das mais próximas da cadela que veio ajudar a recuperar da perda da anterior mascote.
Tratava-se do cão batizado com o nome Fogo, que apareceu, em agosto passado, à porta do quartel e “desfaleceu”. Foi acolhido pelos bombeiros que, junto da população da cidade, conseguiram angariar o dinheiro necessário para a operação ao tumor que o animal apresentava e a que acabou por não resistir.
“A Nina não substitui o Fogo, mas ajuda no luto canino. E é a nossa menina”, desabafa Juliana.
A cadela foi adotada na associação “Vila Animal”, à qual os bombeiros decidiram entregar o dinheiro que tinham angariado para os tratamentos do Fogo e que acabou por não ser utilizado.
Para Paulo Camelo, a adoção do animal veio “aproximar” a corporação da cidade que serve.
A nova “recruta” também “caiu nas graças” da direção da associação humanitária, como sublinhou o presidente, Luciano Moure.
“Ela adaptou-se bem ao pessoal, gosta do pessoal, e o pessoal gosta dela. É também uma forma da corporação interagir com a cidade e com as associações da cidade”, disse.
A união em torno da cadela mobiliza os cerca de 95 elementos do corpo de bombeiros, que se dividem nas tarefas diárias de alimentação e higiene.
“A maioria do pessoal aceitou muito bem o animal, e a Nina não é esquisita, interagindo com todos”, que “ajudam a custear as despesas”, frisou.