Cabeceiras de Basto quer elevar Jogo do Pau a Património Cultural Imaterial

Tradição
Jogo do Pau de Bucos. Foto: CM Cabeceiras de Basto / Arquivo

Cabeceiras de Basto avançou para a realização do Estudo Científico do Jogo do Pau em Cabeceiras de Basto com o objetivo de classificar esta tradição como Património Cultural Imaterial de Portugal, foi hoje anunciado.

A medida surge na sequência da aprovação de uma candidatura a fundos comunitários, através do NORTE 2020 – PROVERE, apresentada pela Comunidade Intermunicipal do Ave, que visa destacar a Identidade do Minho.

Em comunicado, a autarquia refere que o referido Estudo Científico, que se encontra em fase de conclusão, foi apresentado no sábado passado, na Casa do Tempo.

“Esta sessão proporcionou uma reflexão sobre a candidatura e destacou a relevância da iniciativa no âmbito do turismo e da valorização do património imaterial, permitindo elencar o conjunto de estudos, investigações, recolha de informação, entrevistas executadas e a desenvolver, apresentação da rede de parceiros e as linhas de força de um futuro plano de salvaguarda”, refere o comunicado.

Na abertura da sessão, o presidente da Câmara, Francisco Alves, citado no comunicado, referiu que se pretende com esta iniciativa, conhecer melhor, promover e divulgar a atividade lúdica do jogo do pau que tanto diz a Cabeceiras de Basto, especialmente às freguesias de Bucos e de Abadim. O autarca deixou uma certeza: “Depois de concluído o estudo, iremos avançar com a criação de um Centro Interpretativo do Jogo do Pau e fazer dele um novo Núcleo Museológico integrado no Museu das Terras de Basto”.

O presidente da Assembleia Municipal, Joaquim Barreto, igualmente citado no comunicado, referiu que “não se trata de mais um estudo, mas sobretudo, o aprofundar da nossa identidade, daquilo que fomos e daquilo que somos enquanto coletivo, num campo de acontecimentos que é, simultaneamente, produto da nossa própria metamorfose e da artificialidade das intervenções humanas que a todo o momento procuram impor e marcar a nossa vivência”.

E a terminar referiu que “a prática defensiva e de proteção que estava na origem da utilização do pau por parte dos homens do mundo rural deu, mais tarde, lugar a uma componente mais lúdica, desportiva e recreativa que importa valorizar e manter viva”.

Coube ao responsável pelo acompanhamento técnico deste projeto, Manuel Oliveira, também presidente da Associação Cultural S. João Baptista de Bucos e jogador do pau, falar sobre o ‘Jogo do Pau como património imaterial, importância para a comunidade de Cabeceiras de Basto’, enquanto que as investigadoras e docentes universitárias, Otília Lage e Lídia Aguiar, responsáveis pela realização do projeto, falaram sobre os objetivos e metodologias do estudo científico e dos passos para a elaboração do mesmo e memória futura, respetivamente.

João Ribeiro da Silva, representante da Direção Regional da Cultura do Norte, que participou também nesta sessão, salientou o elevado número de candidaturas em análise na Direção Geral do Património Cultural, a morosidade do processo, mas incentivando os promotores a não desistirem de continuar a aprofundar o conhecimento dos valores patrimoniais identitários das comunidades locais.

Sessão de apresentação do estudo científico do Jogo do Pau. Foto: Divulgação / CM Cabeceiras de Basto

Para a a concretização deste projeto, a Câmara de Cabeceiras de Basto conta com a colaboração da Faculdade de Letras da Universidade do Porto através do CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar, Cultura, Espaço e Memória, do ISCET – Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo, da Direção Regional da Cultura do Norte, das Juntas de Freguesia, das Associações S. João Baptista de Bucos e ARDCA – Associação Recreativa, Desportiva e Cultural de Abadim – as duas associações que têm escola do jogo do pau – e, ainda, do Agrupamento de Escolas de Cabeceiras de Basto, da Escola Bento de Jesus Caraça, e de outras pessoas que têm contribuído com o seu saber e conhecimento para a recolha de testemunhos fundamentais para o projeto.

 
Total
0
Shares
Artigos Relacionados