Falta apenas concluir a área de arquitetura paisagística para que o projeto de requalificação do Nó rodoviário de Ínfias possa ser alvo do respetivo concurso público, a lançar pela empresa pública IP – Infraestruturas de Portugal.
Quem o diz é a vereadora da Câmara de Braga, Olga Pereira, a propósito das críticas da oposição na última reunião de Câmara sobre um alegado atraso no arranque da obra. “Se a IP quiser, o concurso público pode ser lançado em breve”, disse a O MINHO.
A autarca salienta que o projeto – incluindo as especificações técnicas necessárias para a instalação de equipamentos diversos, tais como, redes de águas residuais e pluviais (escoamento), de comunicações e rede elétrica – foi entregue em 2023 à IP, tendo esta dado recomendações específicas, que foram atendidas.
Adianta que, daqui a dias, logo que as recomendações feitas para a parte paisagística fiquem concluídas, a Câmara avançará para a expropriação de terrenos, sendo que os respetivos proprietários já foram notificados desse facto.
Viaduto com 220 metros
O projeto inicial – apresentado publicamente em 2022 – envolvia a construção de um viaduto com 220 metros e a reformulação das vias.
Custará seis milhões de euros, – preço da opção mais barata – os quais, e de acordo com o presidente do Município, Ricardo Rio, serão pagos pela IP. Decorrerá sem que o Nó seja fechado, sendo apenas desviadas algumas vias até que o viaduto esteja pronto.
Quando os trabalhos findarem, as filas – que chegam a ter quatro quilómetros – e os respetivos tempos de espera, nas horas de ponta diminuirão mais de 80 por cento, ou seja – disse – o atraso total, dos 110 mil veículos que circulam diariamente nas vias envolvidas, passará de 374 horas em 2021, para de 76 horas em 2043, na hora de ponta da manhã, e de 507 horas (2021) para 27 horas (2043), na hora de ponta da tarde.
A intervenção permite uma ligação direta e sem conflitos para os movimentos de veículos nos sentidos Norte/Este e Oeste/Norte, através do viaduto. Paralelamente, serão reformuladas as ligações Sul/Norte e Este/Sul, para minimizar as interferências entre correntes de tráfego. A intervenção fará com que a atual rotunda desnivelada deixe de funcionar no seu quadrante sul.
Oposição faz críticas
Na reunião de vereadores de terça-feira, Ricardo Rio garantiu que a obra de requalificação do Nó de Ínfias – o cancro rodoviário da cidade – pode avançar ainda neste semestre, sublinhando que, “se o PS ainda fosse Governo, talvez tal não acontecesse”.
O autarca respondeu, assim, ao vereador do PS Artur Feio que criticou o que considera ser “o grande atraso no lançamento da obra de requalificação do Nó de Ínfias, cuja construção, anunciada há um ano pelo Município, ainda não está se efetivou”.
Na ocasião, Artur Feio disse que o atual mandato da maioria PSD/CDS está a ser “um fracasso”, exemplificando, ainda, com os alegados atrasos nos projetos da requalificação do antigo cinema São Geraldo, no parque ecomonumental das Sete Fontes e no lançamento da obra de uma nova ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) pela empresa municipal Agere. “Nada avançou e nada estará concluído neste mandato”, lamentou, dizendo que, no caso da ETAR, foram já perdidos nove milhões de euros de fundos europeus.
Criticou, ainda, a obra de arranjo da Avenida da Liberdade, recentemente concluída, chamando-lhe de “cosmética, sem nenhuma vantagem para o trânsito”.
ETAR tem financiamento
A posição do PS foi acompanhada pelo vereador da CDU, Vítor Rodrigues, que também votou contra o Relatório de Atividades e Contas de 2023, que estava em discussão, e que foi aprovado pela maioria.
Em resposta, Ricardo Rio disse que o financiamento da ETAR está garantido, salientando que pode ser superior aquele valor.
Sobre a requalificação do São Geraldo e do edifício anexo do Pé Alado, onde está a junta de freguesia da Cividade, o autarca revelou que o projeto feito para a sua transformação em Centro de Media Arts, tem de ser alterado, dado que a Universidade do Minho concluiu que o prédio tem “patologias estruturais” que têm de ser corrigidas.
Acrescentou que, no final, será negociada a sua compra à Arquidiocese de Braga.
A este propósito, Vítor Rodrigues e Adolfo Macedo lamentaram que a autarquia pague 12.500 euros mensais pelo aluguer do Pé Alado, o que, ao fim de sete anos, já representa “561 mil euros”.