A investigação judicial ao grupo israelita Fortera não vai anular o investimento na transformação do antigo Convento do Carmo em hotel, disse hoje fonte da empresa a O MINHO.
A fonte garantiu que a obra vai avançar, ainda, este ano, embora ainda não haja uma data para o seu início.
Conforme O MINHO noticiou, a PJ do Porto esteve, dia 16, na Câmara de Braga, mais precisamente no Gabinete do Centro Histórico – no âmbito da operação Babel – para pedir a entrega do processo de licenciamento da obra do Convento dos Carmo.
A PJ não fez quaisquer buscas dado que o dossier lhe foi imediatamente entregue, o que não obrigou a evocar o mandado judicial que os polícias traziam. Ninguém foi constituído arguido.
Obra não avançou
Até agora, ainda não começou a empreitada de requalificação e transformação do antigo Convento das Carmelitas, de 1655, sito ao Largo do Carmo e junto à Igreja com esse nome, em unidade hoteleira de quatro estrelas e que foi aprovado em maio de 2022.
Fonte do grupo Fortera adiantou nessa data a O MINHO que o investimento é de 11 milhões de euros, e que a obra arrancaria em outubro, após concurso público, para estar pronto em 2024.
A licença indica que os dois edifícios – um construído originalmente ao lado da Igreja e outro, acrescentado posteriormente, e cujo conjunto está classificado como imóvel de “interesse público”, será transformado numa “boutique hotel”, com 71 quartos (141 camas) – três deles em formato apartamento/estúdio – equipados para estadias curtas e médias, com piscina, espaços para reuniões (co-working), ginásio, salão, restaurante e cafetaria.
Quatro pisos e cave
Terá quatro pisos e uma cave, sendo o estacionamento dos clientes feito no parque do Campo da Vinha, por acordo com a Bragaparques, cumprindo-se, assim, a lei do setor que obriga a ter espaços para viaturas para 20% da capacidade.
“É um projeto que dignifica os dois edifícios do Convento, enquanto elementos inseridos num contexto urbano de grande qualidade arquitetónica e património histórico, e que contribui para a qualificação do espaço público”, adiantou a O MINHO a arquiteta Alexandra Caetano.
A obra fará um ligeiro acrescento nas fachadas dos dois prédios, uniformizando-os, mas mantendo o seu desenho original.
Um dos edifícios do Convento, o mais recente, construído em madeira, está em estado de degradação e ameaça ruína, o que exige a sua demolição numa zona traseira.
No interior serão restaurados o claustro e o pátio, sendo as celas dos monges integradas nos quartos ou zonas comuns do hotel.
O projeto de arquitetura teve em conta algumas alterações sugeridas pela Direção-Geral do Património Cultural, tendo em vista a preservação de elementos construtivos do interior do Convento e a manutenção das janelas.
Os diferentes pisos
O projeto de arquitetura aponta, ainda, para que a cave tenha espaços de arrumação, áreas técnicas e balneários de funcionários. O rés-do-chão terá uma sala de convívio e sala de refeições para pequenos-almoços com copa de serviço, bar e instalações sanitárias para utentes. Neste piso, haverá 15 quartos duplos.
O piso intermédio, o segundo, que tem acesso desde a Travessa do Carmo, alberga o lobby e a Receção com as zonas de serviço inerentes como maleiro e arrumos e copa de serviço. Terá 18 unidades de alojamento, ou seja, 16 quartos duplos e dois individuais. Terá 15 quartos duplos
O andar seguinte terá 14 quartos duplos, quatro suites e seis apartamentos/estúdio.
O último piso terá mais 11 quartos duplos e três apartamentos/estúdio.