Braga: DST investe em maquinaria pesada para construir e reparar ferrovia ibérica

Reguladora de balastro Matisa R21

A dstrainrail, empresa do grupo DST, de Braga, reforçou a frota no arranque do novo ano com uma reguladora de balastro, uma máquina de precisão para utilizar na construção e manutenção de vias férreas.

A Matisa R21, maquinaria de alta potência, tem a capacidade de corrigir diretamente a falta ou o excesso de balastro nas linhas, tornando-se num “marco importante para o desenvolvimento desta empresa” do grupo, realçou a DST numa publicação das redes sociais, destacando que irá atuar em Portugal e em Espanha.

De acordo com o site espanhol especializado Portal Portuário, o equipamento é o segundo Matisa R21 a chegar a Portugal e foi descarregado de um navio Ro-Ro no Porto de Leixões, mais concretamente no terminal sul multiusos, pela ‘mão’ da Yilport Leixões, sendo depois transportada pela Laso à estação de Devesas (Gaia), em direção à dstinrail.

Segundo a fabricante, a R 21 é um regulador de balastro de alta potência que pode ser usado tanto em linhas planas quanto em locais de trabalho com interruptores. Possui “ampla cabine de dimensões generosas e design ergonómico que oferece uma excelente visão das ferramentas de trabalho”.

Salienta a marca suíça que “graças à disposição dessas ferramentas” é possível “corrigir diretamente o excesso ou a falta de balastro”.

A máquina pode operar em ambas as direções, graças ao pivô central e à simetria das pás laterais.

O que é uma reguladora de balastro?

Mais concretamente, a dissertação de mestrado de Ricardo Jorge Valente Quirino, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, “Obras de renovação de via férrea e maquinaria pesada utilizada”, explica que uma reguladora de balastro “é a máquina que estabelece ou define o perfil da camada de balastro (em espanhol denomina-se “perfiladora”)”.

Elenca o engenheiro que “uma linha de via dupla convencional contém em média 3000 a 5000 metros cúbicos de balastro por km”, tornando-se “imperativo garantir uma gestão economicamente eficiente deste elemento constituinte das estruturas de caminhos de ferro”.

Para tal, “e dado que determinadas secções da via têm ou falta ou excesso de balastro, o objetivo será balancear toda a via em quantidade de balastro. Essa função cabe às reguladoras, cuja finalidade é então a distribuição ou redistribuição e definição do perfil da camada de balastro”.

DST nos comboios

Aquando do anúncio a reabilitação estrutural  do viaduto da Ferradosa, na Linha do Douro, uma empreitada da Infraestruturas de Portugal, S.A. (IP) adjudicada ao grupo de Braga no valor de 650 mil euros, José Teixeira, administrador do grupo, revelou que a dstinrail conta no portfólio “com a execução de importantes projetos ferroviários, quer na Linha do Douro, quer nas do Minho e do  Norte”.

Em março deste ano, foi publicado no portal das adjudicações públicas a celebração de contrato entre a dstinrail e a Infraestruturas de Portugal, no valor de 2,1 milhões de euros, para a empreitada “LS – Blocos Técnicos e Aterros entre o PK 113+500 e 116+002”, a concluir no primeiro trimestre deste ano de 2023.

De acordo com o mesmo portal, a dstinrail faturou cerca de sete milhões de euros em seis contratos, sempre com a IP, desde outubro de 2019.

Em fevereiro de 2022, a CP anunciou ter recebido seis candidaturas a um concurso de aquisição de 117 automotoras para serviços regionais e suburbanos, uma delas proveniente de um consórcio formado pela francesa Alstom Transporte, Bombardier Transportation Portugal (detida pela Alstom) e a portuguesa Domingos da Silva Teixeira (DST).

A proposta foi apresentada em dezembro de 2022 e, em janeiro deste ano , o grupo Alstrom salientou que Portugal pode voltar a fabricar comboio, uma vez que a sua candidatura com o grupo de Braga é a única que terá ADN português.

 
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