O Bloco de Esquerda questionou o governo sobre a Irmandade da Santa Cruz, supervisionada pela Arquidiocese de Braga, que está acusada pelo Ministério Público, junto com o ex-provedor Carlos Cruz Vilaça, de exigir ‘donativos’ entre os 10 mil e os 40 mil euros para aceitar idosos no lar da instituição.
Na pergunta, subscrita pelos deputados José Maria Cardoso, Alexandra Vieira e José Soeiro, os deputados começam por assinalar que “a justiça está a fazer o seu caminho” e que não querem interferir no processo judicial, mas consideram que a situação “não pode deixar de merecer reflexão e intervenção”.
“Esta é uma instituição com protocolo com a Segurança Social, pelo que é pertinente saber qual o acompanhamento que existiu ao longo destes anos por parte da Segurança Social à Irmandade de Santa Cruz. Não é aceitável que uma instituição possa agir extorquindo valores aos familiares para aceitação de utentes. É também fundamental averiguar se este esquema de cobrança existiu noutras valências da IPSS Irmandade de Santa Cruz, se cessou ou se continua a verificar-se”, refere o Bloco de Esquerda.
Lar supervisionado pela Arquidiocese de Braga cobrava até 40 mil euros por vaga
O partido “não deixa de registar com perplexidade como uma instituição pode ser complacente, durante tantos anos, com uma atuação tão oposta aos valores que supostamente defende sem nunca fazer uma autocrítica”.
A Irmandade de Santa Cruz, em Braga, e o ex-provedor Carlos Cruz Vilaça foram acusados pelo Ministério Público dos crimes de crime de corrupção passiva no setor privado por exigirem ‘donativos’ até 40 mil euros para admitir idosos no lar da instituição.
Filha denuncia “donativo” de 10 mil euros em 2018 para aceitar idosa num lar de Braga
Segundo a acusação, está em causa um valor total de 297 mil euros em ‘jóias’ de entrada de 12 utentes.
A Irmandade de Santa Cruz funciona sob a supervisão da Arquidiocese de Braga.