Bloco de Esquerda aponta habitação como “problema grave” de Braga

Eleições autárquicas
Bloco de esquerda aponta habitação como "problema grave" de braga
Alexandra Vieira. Foto: DR

A cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Braga, Alexandra Vieira, apontou hoje a habitação como um “problema grave” daquele concelho, face aos “valores exorbitantes” atualmente praticados para arrendamento ou venda de casa.

Em declarações à Lusa, Alexandra Vieira acusou ainda o atual executivo municipal, liderado pelo social-democrata Ricardo Rio, de “nunca” ter identificado a carência habitacional como um problema.

“Ricardo Rio sempre o negou, até que se tornou impossível de negar, com a Estratégia Municipal de Habitação [elaborada este ano e indispensável para o município beneficiar do apoio governamental ao abrigo do programa 1.º Direito]”, referiu.

Para a candidata bloquista, a solução do problema em Braga passa, desde logo, pela obrigação de todos os empreendimentos construídos na cidade dedicarem 25% para habitação pública.

Além disso, o Bloco propõe ainda a triplicação do número de fogos de que dispõe a empresa municipal de habitação BragaHabit.

Alexandra Vieira diz que esta empresa tem cerca de 600 fogos, o que corresponde a 0,7% do total de fogos existentes no concelho.

“Propomos que, para acompanhar os 2% que é a média nacional de habitação pública, a BragaHabit possa adquirir ou reabilitar mais 1.200 fogos para disponibilizar já para habitação pública, referiu.

Para Alexandra Vieira, são sobretudo as famílias de “médio rendimento” que sofrem com o problema da habitação em Braga, já que as mais desfavorecidas “já conseguem algum tipo de apoio” por parte da BragaHabit.

“O problema é sobretudo com as famílias de médio rendimento”, referiu, sublinhando que as rendas dispararam, nos últimos anos, para “valores exorbitantes”, fruto da escassez de oferta de residências universitárias e da fixação na cidade de “milhares” de pessoas de outras localidades do país e do estrangeiro.

Como exemplo, apontou o valor da renda de um T2 na cidade, que há quatro anos era de 380 euros e que agora “muito dificilmente se situa abaixo dos 600, 650, 700 ou mais” euros.

Por isso, Alexandra Vieira considera ser necessário que a Câmara identifique a carência habitacional “como um problema”, algo que diz nunca ter acontecido nos dois mandatos de Ricardo Rio.

“Há que tornar a habitação uma prioridade e lançar mão de todos os instrumentos financeiros para construir habitação pública”, referiu, destacando ainda a necessidade “imperiosa” de dotar os fogos de eficiência energética.

Disse ainda que o Bloco não subscreve a construção de bairros sociais, defendendo, isso sim, a reabilitação de habitações que já sejam públicas e a compra de outras casas devolutas.

Nas eleições de 26 de setembro, os cabeças de lista à câmara de Braga são Ricardo Rio (coligação PSD/CDS/PPM/Aliança), Hugo Pires (PS), Bárbara Barros (CDU), Alexandra Vieira (Bloco de Esquerda), Teresa Mota (Livre), Olga Baptista (Iniciativa Liberal), Rafael Pinto (PAN) e Eugénia Santos (Chega).

 
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