A Biblioteca Pública de Braga (BPB) apresenta em novembro e dezembro uma exposição sobre o poeta António Nobre, com uma centena de publicações ligadas à sua biografia e produção literária, além de evocações e artigos de imprensa.
O organismo da Universidade do Minho adiantou que a mostra está patente no átrio desta unidade cultural, na Praça do Município, tendo entrada livre de segunda a sexta-feira, das 9:00-12:30 e 14:00-17:30. A iniciativa insere-se nos 175 anos da BPB, nos 150 anos do nascimento daquele escritor e nos 125 anos da sua obra-prima “Só”. O evento tem apoio da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva e do Centro de Estudos Humanísticos da UMinho.
A mostra bibliográfica e documental dá especial destaque às várias edições de “Só”, a única obra que António Nobre publicou em vida e que apelidou como “o livro mais triste que há em Portugal”, havendo até uma rara primeira edição por si autografada no espólio da BPB.
“O poeta ímpar do ultrarromantismo, simbolismo e saudosismo português é também recordado em dois painéis de grande formato, além de ensaios, eventos académicos e publicações de autores contemporâneos e posteriores que contribuíram para o elevar entre os poetas do final do século XIX”, escreve a Biblioteca.
António Nobre nasceu no Porto em 1867 e faleceu com apenas 32 anos, após várias tentativas de curar a tuberculose pulmonar e de viagens à Suíça, Madeira e Nova Iorque. Frequentou Direito em Coimbra e licenciou-se pela Escola Livre de Ciências Políticas de Paris.
Lançou “Só” em 1892, por León Vanier, livreiro dos simbolistas franceses. A edição póstuma de “Despedidas” e “Primeiros versos” foi dinamizada pelo seu irmão Augusto Nobre. O escritor é hoje evocado na toponímia, no nome de instituições e nos monumentos de meia centena de localidades, nomeadamente em Leça da Palmeira, onde viveu a infância, com um conjunto escultório, um tributo de Siza Vieira e uma quadra cravada num rochedo da praia de Boa Nova.