Barcelos: Homem que foi ao café dizer que matou a mãe é julgado esta quinta-feira

Foto: O MINHO / Arquivo

Matou a mãe, de 89 anos, por asfixia em junho de 2022, em Carvalhas, Barcelos, telefonou a uma irmã a dizer que tinha praticado o crime e, de seguida, foi ao café dizer o mesmo. A seguir, negou, em declarações à PJ de Braga e aos jornalistas que o tinha feito, mas a autópsia provou o crime e concluiu que apertou o nariz e a boca da mãe com tanta força que lhe provocou várias feridas.

A defesa de Fernando Almeida, de 51 anos, que está em prisão preventiva em Braga, defendeu, durante a Instrução do processo que não devia ser julgado por sofrer de doença psiquiátrica, mas o juiz não atendeu o pedido.

Vai ser julgado, esta quinta-feira, no Tribunal de Braga pelos crimes de homicídio qualificado e de violência doméstica.

A acusação diz que, no dia do crime, o arguido estava a beber vinho em casa. A mãe, Lucinda Ribeiro, ralhou-lhe, pedindo-lhe que parasse de beber, já que o fazia constantemente, ocasiões em que se tornava violento e a agredia.

A falecida chegou a queixar-se à GNR de que o filho queria dormir com ela na mesma cama, ao que não acedeu por ter medo de ser violada, um medo que radicava no facto de ter estado preso seis anos e seis meses por crime de violência sexual praticado em Vila do Conde, tendo saído dois meses antes da prisão.

Discutiram, ele deixou cair a garrafa e o copo no chão, e começou a bater-lhe com um objeto não identificado na cabeça. Empurrou-a para a cama e asfixiou-a.

A seguir, ligou à irmã dizendo: “Morreu, fui eu que a matei”.

E foi ao café dizer o mesmo: “A velha está morta. Vinde a nossa casa, ela está morta em cima da cama”. E, ainda, foi pedir ajuda a um vizinho.

Uma versão que desmentiu, a seguir, quando interrogado pela PJ e pela GNR.

Falou aos jornalistas

No dia seguinte, contou aos jornalistas no local que estava na cozinha, ouviu um barulho e supôs que a mãe estivesse a fugir, por, alegadamente, padecer da doença de Alzheimer.

“Pensei: lá vai ela fugir outra vez. Fui ao quarto dela e não estava na cama, estava caída no chão e nua e morta. Peguei nela, pu-la em cima da cama”, disse.

Face à falta de indícios seguros de crime, a PJ optou, então, por não o deter, ficando a aguardar os resultados da perícia médico-forense.

 
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