Banco de Germoplasma Vegetal está em Braga há 40 anos

Banco de germoplasma vegetal está em braga há 40 anos
Banco Germoplasma Braga

O Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV) faz 40 anos e esta sexta-feira celebrou em Braga, cidade onde está localizada o “banco”, uma conferência para celebrar a efeméride.

O BPGV tem uma das mais importantes reservas do mundo de sementes, uma espécie de “Arca de Noé”, dirigida por Ana Barata, que tem o património genético dos vegetais do país e não só.

Todos os dias as rotinas de cientistas, técnicos e simplesmente funcionários do BPGV, passa pelo controle de temperaturas, humidades e visitas aos vegetais. “Mesmo que haja uma falha de energia, temos um gerador que mantém o banco em funcionamento”, destaca Ana Barata, engenheira agrónoma, que tem nas mãos, juntamente com uma equipa de cientistas, investigadores e técnicos, a salvaguarda do património vegetal do país que está guardado em Braga.

Localizado numa quinta com oito hectares na freguesia de Merelim S. Pedro, a missão do banco é preservar e salvaguardar sementes, sejam estas variedades de feijão ou milho, passando pelo alho, nabiças, terminando em ervas aromáticas ou fruteiras.

“Começamos com um programa de melhoramento do milho e hoje somos um banco de vegetais. Desde leguminosas e cereais, hortícolas, pastagens e forragens para os animais do campo, fibras de linho, ervas aromáticas e medicinais”, frisa a responsável do BPGV.

Tudo é catalogado e guardado em câmaras de conservação de frio e invitro com temperaturas a baixo de zero.

O BPGV não só trabalha com os agricultores, mas também com universidades, escolas superiores agrárias, cooperativas e associações de agricultores. Também ONG´s fazem parte da rede de trabalho de salvaguarda do património vegetal de Portugal. A cooperação internacional, com bascos similares, também é feito. O BPGV é também casa mãe do Banco de Milho de Mediterrâneo.

“São mais de 200 espécies distribuídas por cerca de 17 mil populações que se encontram conservadas em frio, in vitro e no campo. Temos ainda 45 mil variedades tradicionais no banco, dos quais mais de duas mil são de milho e 1700 de feijão”, contabiliza Ana Barata.

O BPGV é bem capaz de ser o banco menos conhecido em Portugal e até em Braga é “palavrão” difícil de perceber o que faz, onde fica ou para que serve. Daí que Ricardo Rio, autarca de Braga, tenha pedido “maior abertura” às sementes.

À semelhança do que tem feito o INL, temos que trabalhar mais com o BPGV para o aproximar mais, não só dos portugueses, mas dos bracarenses. Que faça parte do dia-a-dia das escolas e instituições“, refere.

Quem fundou o BPGV foi a brasileira Rana Farias, que neste momento está aposentada e foi homenageada nos 40 anos do “banco”. Porquê Braga? Porque Rana Farias decidiu viver em Braga e nos Peões (em frente à Universidade do Minho) havia uma programa de melhoramento do milho. Como já havia esse trabalho em 1977 foi criado este banco. Em 1995 mudaram o BPGV para as atuais instalações, criadas de raiz para o trabalho que ali é feito.

 

 
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