O Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (Geota) concorda com as energias renováveis “offshore” mas alerta para possíveis impactos negativos e questiona as metas de potência.
Num comunicado hoje divulgado o Geota reconhece o potencial das energias renováveis “offshore” (oceânicas) para a descarbonização do sistema energético português mas acrescenta que há evidências de “impactos negativos” nos ecossistemas e em algumas espécies marinhas, e que também podem haver impactos negativos nas atividades piscatórias.
A associação explica no documento que participou na consulta pública da proposta preliminar de novas áreas de implantação para energias renováveis “offshore” (ao largo de Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines), que começou a 30 de janeiro e que termina na sexta-feira.
O Geota questiona o objetivo de instalar 10 gigawatts (GW) de potência eólica “offshore” até 2030, quase o dobro da potência eólica instalada em terra, e acrescenta: “existem alternativas ao sobredimensionamento excessivo dos sistemas centralizados de eletricidade renovável, que passam por eficiência energética, renováveis descentralizadas e flexibilidade nos consumos”.
A associação ambientalista diz ainda que as propostas são demasiado vastas, pelo que deve haver uma especificidade das áreas onde possa fazer sentido instalar os projetos, e acrescenta que há “conflitos ambientais claros” com a sobreposição em áreas protegidas.
“É necessário estudar área-a-área as consequências ambientais e sociais, positivas e negativas, da instalação de parques eólicos ´offshore´”, diz o Geota, que em resumo apoia as energias renováveis oceânicas mas pede uma estratégia que avalie os impactos ambientais e sociais.