32 votos contra, 23 a favor e dez abstenções. Foi essa a votação da Assembleia Municipal de Braga, ontem à noite, a uma recomendação do PAN que pedia que a Câmara Municipal hasteasse, amanhã, domingo, a bandeira LGTB+, coincidindo com a marcha organizada pelo movimento “Braga fora do armário”.
Votaram a favor, além do PAN, o Bloco de Esquerda (BE) e alguns deputados de outros partidos, nomeadamente do PS que deu liberdade de voto aos seus membros.
A proposta do PAN referia que “as conquistas, em termos de direitos humanos, conseguidas na última década pela comunidade estão em risco” e defendia ser preciso que a Autarquia lhe dê “um sinal de apoio para ajudar a acabar com a discriminação cultural”.
No mesmo sentido se pronunciou o BE, o qual lembrou que centenas ou mesmo milhares vão sair no domingo às ruas de Braga, lamentando que a Assembleia Municipal não tenha dado um passo em frente no apoio á comunidade LGBT+: “Aqui há uns anos, eram apenas alguns a sair à rua, e hoje são milhares. Pensamos que, na mesma lógica, mais cedo ou mais tarde, a bandeira será hasteada, deixando para trás os pensamentos mais retrógrados”.
No uso da palavra, os deputados do PPM, do CDS e do Chega justificaram o voto contra com o facto de todos os cidadãos em Portugal terem direitos iguais, tendo o Chega, embora defendendo o mesmo princípio, contraposto que não faria sentido que alguém fizesse uma marcha heterossexual e viesse pedir para pôr a bandeira na Câmara.
Na reunião foi, ainda, debatida a questão da passagem de bicicletas pelas ruas das zonas pedonais, o que foi impedido, com base na lei pela Câmara, tendo a oposição, nomeadamente o BE, a CDU e o PAN pedido que seja atualizado o Regulamento em vigor, de forma a que essa forma de mobilidade seja permitida.