Duas mulheres e cinco crianças ucranianas chegaram na quarta-feira a Arcos de Valdevez para se juntarem a um familiar que reside há um ano naquele concelho, disse hoje fonte autárquica.
Contactada pela agência Lusa, na sequência de um comunicado emitido pelo município a dar nota da chegada daquela família, a vereadora Emília Cerdeira explicou que “o acolhimento inicial está a ser articulado entre a autarquia, a sociedade civil, e o tecido empresarial”.
“Uma unidade hoteleira do concelho disponibilizou alojamento durante dois dias. Depois, as duas mulheres e as cinco crianças vai ser alojadas numa casa disponibilizada por particulares, de forma a estarem mais próxima do familiar que já reside em Arcos de Valdevez. Posteriormente, serão instalados numa habitação a disponibilizar pelo município”, explicou Emília Cerdeira.
A vereadora adiantou que ainda hoje irá visitar a família para aferir dos apoios que são necessários espoletar para criar as melhores condições de acolhimento e integração.
“A autarquia, a pedido do pai, foi buscar as mulheres (suas filhas) e as crianças (netos) a Braga. Chegaram a Arcos de Valdevez na quarta-feira à noite e só hoje é que vamos estar com eles para perceber melhor a situação. Primeiro precisavam de descansar. Passaram por muito e era importante que os primeiros dias fossem passados em família, e com muita tranquilidade”, explicou a Emília Cerdeira.
A Câmara de Arcos de Valdevez “criou uma equipa para dar informação e prestar apoio através dos Serviços de Ação Social ([email protected]) e do Gabinete de Apoio ao Imigrante ([email protected]) – apoio Social, Psicológico, Jurídico, Educação, Saúde e Segurança Social -, bem como disponibilizou uma linha telefónica de apoio (258 520 504)”.
Na página oficial do município na Internet (www.cmav.pt/p/apoioucrania) está disponível informação relacionada “com oferta de alojamento, emprego, outros apoios nacionais e internacionais e contactos úteis”.
Na mesma página, as pessoas que queiram ajudar podem fazê-lo “através de voluntariado, oferta de alojamento, emprego ou recolha de bens essenciais”.
A autarquia “mantém o apelo para que a comunidade se mantenha unida” e continue “a apoiar quem mais precisa”.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 2,3 milhões de pessoas para os países vizinhos – o êxodo mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 16.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.
Embora admitindo que “os números reais são consideravelmente mais elevados”, a ONU confirmou hoje a morte de pelo menos 549 civis e 957 feridos.