Após quatro anos, ponte entre Amares e Vieira do Minho reabre ao trânsito no domingo

Foto: CM Vieira do Minho

As obras de reparação estrutural da Ponte do Bôco, entre Amares e Vieira do Minho, vão ser inauguradas em 24 de dezembro, numa cerimónia que decorre no local, às 11:00. Nesse momento será também reaberta a circulação ao trânsito.

Aquela ligação sobre o rio Cávado, em Parada de Bouro, está interrompida há cerca de quatro anos por razões de segurança. Foram feitas obras avaliadas em cerca de de meio milhão de euros.

“Incidiu no reforço de muros com injeção de betão, colocação de novo reforço estrutural em ferro e colocação de novo tapete. A intervenção dotou ainda a infraestrutura com capacidade para a circulação de veículos pesados sem qualquer tipo de restrição”, explica a Câmara de Vieira do Minho, em comunicado.

Tal como O MINHO tem vindo a noticiar, a Ponte do Bôco, ligando diretamente os lugares de Dornas, na freguesia de Bouro Santa Maria (Amares) e de Aldeia, na freguesia de Parada de Bouro (Vieira do Minho), está encerrada ao trânsito desde janeiro de 2019, tendo sido preconizada a construção de uma nova ponte, a montante, o que não foi possível por motivos paisagísticos.

Para além das populações dos concelhos de Amares e de Vieira do Minho, quem mais beneficia, mas principalmente do ponto de vista turístico, é o vizinho concelho de Terras de Bouro, mas como a Ponte do Bôco fica a escassas centenas de metros da freguesia de Valdosende, a Câmara não comparticipa nada o custo das obras.

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO / Arquivo

Os trabalhos foram realizados pela empresa RCF – Rogério Cristiano Fernandes – Engenharia, sediada em Guimarães, na sequência da adjudicação conjunta por parte dos Municípios de Amares e Vieira do Minho, o que permitirá em breve voltar a atravessar aquela via sobre o rio Cávado, poupando muitos quilómetros de distâncias para residentes, trabalhadores e turistas.

Com um valor base de 425 mil euros, a reconstrução integral da Ponte do Bôco permitirá ter um atravessamento próprio para peões, o que será muito positivo especialmente no verão, ocasião em que muitos veraneantes acorrem às praias fluviais a nascente e a poente desta estrutura, imóvel de interesse público.

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO / Arquivo

A Ponte do Bôco foi erigida pela empresa de construção Moreira de Sá & Malevez, do engenheiro Bernardo Joaquim Moreira de Sá, filho do musicólogo Bernardo Moreira de Sá, que dá nome à escola de música, tendo sido vistoriada, seguindo-se o projeto de reforço, na década de 1950, mas só em 1961 as obras de reabilitação começaram, até 1963. É atualmente a ponte mais antiga em Portugal feita em betão armado.

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO / arquivo

A Ponte do Bôco, também conhecida por Ponte de Parada, foi construída entre os anos de 1908 e 1909, até que no início da década de 1960, foi alvo de beneficiações, havendo, desde então, um projeto do engenheiro Edgar Cardoso, que além das duas Pontes de Rio Caldo, se viria a celebrizar com a construção da Ponte da Arrábida e da Ponte de São João, entre Porto e Gaia.

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO / arquivo

Edgar Cardoso, especialista neste tipo de estruturas, conhecido mundialmente pela autoria e realização das Pontes da Arrábida e de São João, entre Porto e Vila Nova de Gaia, antes concebeu e concretizou as duas pontes do Rio Cávado, ligando as freguesias de Rio Caldo a Vilar da Veiga (Terras de Bouro), e a outra une Rio Caldo Ventosa, esta última em Vieira do Minho.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior

Número de trabalhadores em ‘lay-off’ mais que duplica em novembro

Próximo Artigo

Artur Jorge recusa reforços em janeiro

Artigos Relacionados