Casas ilegais na Caniçada: Ministério Público pede pena mais pesada para empresário de Barcelos

E para arquiteto da Câmara de Vieira do Minho
Casas ilegais na caniçada: ministério público pede pena mais pesada para empresário de barcelos
Martine Pereira. Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

O Ministério Público (MP) recorreu para o Tribunal da Relação de Guimarães do acórdão do Judicial de Braga, de março, que condenou o empresário Martine Campos Pereira, de Barcelos, e o arquiteto João Pimenta, da Câmara de Vieira do Minho, a penas de, respetivamente, seis anos e quatro meses de prisão efetiva e quatro anos e cinco meses, ambas suspensas por igual período.

O magistrado pede que as penas subam para oito anos de prisão, no caso do gestor e para cinco anos e quatro meses de prisão no caso do arquiteto.

Sustenta que o coletivo de juízes os condenou apenas por um crime de violação de regras urbanísticas por funcionário, quando, pelas condutas dadas como provadas , os arguidos João Pimenta e Martine Pereira incorreram, em coautoria e na forma consumada, na prática de três crimes.

O Tribunal entendeu que os dois arguidos apenas tiveram uma resolução criminosa que passou por legalizar tudo o que tinha sido construído num prédio, na qual se incluem duas casas e os muros. “Cumpre trazer à colação o facto de no dito prédio terem previamente sido criados, ilicitamente, dois artigos prediais, com vista a ali construir, também ilicitamente, duas habitações autónomas com os respetivos muros divisórios e de sustentação. Daí que, todos os procedimentos e burocracias sempre tenham sido tramitados e decididos em três processos administrativos autónomos”, diz o MP.

Moradias de luxo ilegais

Recorde-se que, o empresário da construção civil de 55 anos, natural da África do Sul e residente na freguesia de Negreiros, em Barcelos, foi condenado a seis anos e quatro meses de prisão efetiva e ficou obrigado a demolir duas moradias de luxo consideradas construções fraudulentas, erguidas na zona protegida da Albufeira da Caniçada, em Vieira do Minho.

Ao todo, terá praticado nove crimes de violação das regras urbanísticas, falsificação de documentos e por extensão de prevaricação de titular de cargo político.

Uma terceira vivenda, propriedade de um outro empresário, terá que ser também demolida. Este empresário, de Vila do Conde, foi condenado a um ano e meio, com suspensão da execução da pena.

Multas para três empresas

A Gonditerra, a empresa de Martine, foi igualmente condenada a pagar uma multa, de 50 mil euros. As empresas Celeigeste, de Braga, e Apelo Urbano, de Vila do Conde, foram condenadas, respetivamente, a pagar, respetivamente, 30 mil e 18 mil euros.

Conforme O MINHO noticiou, o Ministério Público (MP) pedia penas de prisão efetiva para outros dois arguidos: o antigo vice-presidente do Município de Vieira do Minho, Pedro Álvares, e o arquiteto João Pimenta, da Câmara vieirense. O processo tinha 18 arguidos.

O primeiro saiu do Tribunal de Braga com uma pena de quatro anos, mas suspensa por igual período. Já o arquiteto foi condenado a uma pena de quatro anos e cinco meses, suspensa por igual período.

A antiga notária Susana Sousa – que está, ainda, a ser julgada por outros crimes no Tribunal de Braga – acabou condenada a um ano e meio de prisão, por falsificação de documentos.

Ao que O MINHO soube, os arguidos em questão deverão contestar os argumentos do MP em recurso autónomo.

 
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