Alisson Orr, Sara Barros Leitão e Robert Aiki Lowe são alguns dos destaques da programação do segundo semestre da Braga’25 – Capital Portuguesa da Cultura, que também marcará o nascimento de dois festivais, anunciou hoje a organização.
Em causa estão os festivais Forma da Vizinhança, dedicado à arquitetura e arte, e Desejar – Movimento de Artes e Lugares Comuns, de arte participativa e comunitária, segundo o comunicado hoje divulgado.
No dia 10 de junho, a coreógrafa norte-americana Alisson Orr dirige uma performance participativa, que terá lugar no estaleiro da empresa municipal de água, efluentes e resíduos de Braga (Agere).
“Os protagonistas são os trabalhadores da recolha de lixo, que assumem o centro da cena para chamar a atenção do público para o seu trabalho fundamental e muitas vezes invisível”, lê-se no comunicado.
O espetáculo marca o início da celebração do Desejar, antecipando um festival que procura questionar ideias sobre quem produz e consome arte. Partindo de um trabalho que começou em 2024, envolvendo dezenas de cidadãos de Braga em assembleias regulares, o festival acontece de 10 a 14 de junho, altura em que se abrirá à cidade, como “um laboratório para uma democracia cultural”, concentrando “14 criações artísticas originais, com mais de 60 artistas, investigadores, pensadores e ativistas de seis países, e cerca de 800 pessoas de Braga”, como indica a apresentação do projeto.
Por seu lado, o festival de arquitetura e arte Forma da Vizinhança tem início em 31 de maio e prolonga-se até novembro.
Oito arquitetos, entre os quais Nuno Melo Sousa, a equipa do Atelier Local, fundado por João Paupério e Maria Rebelo, e o galego Manuel Bouzas, um dos responsáveis pela representação espanhola na Bienal de Arquitetura de Veneza, foram desafiados a desenhar instalações arquitetónicas temporárias para outros tantos espaços periféricos da cidade.
Em lugares como os bairros das Parretas ou das Fontainhas, estas estruturas vão depois ser ativadas por artistas.
“Somos Todos Capitães – 50 anos em Liberdade” é o tema de uma exposição que será inaugurada a 26 de abril e que decorrerá em vários locais, como o Regimento de Cavalaria n.º6, o Museu Nogueira da Silva e o Forum Braga. Apresentará “relevantes” obras históricas nacionais e internacionais e novas criações, bem como documentação que testemunha as grandes mudanças do país, desde 1960 ao presente.
O teatro tem o “papel principal” na Braga’25 no mês de maio.
No dia 02, no contexto do aniversário do Theatro Circo, Raquel S. e a companhia Noitarder apresentam “Hei-de reparar”, um espetáculo que parte das vidas de atrizes portuguesas ao longo da história, e que se estreia no âmbito do programa de apoio à criação Supracasa.
De 06 a 09 de maio, Braga recebe a primeira semana de apresentações de Sexual Theatre – Feminist Readings of Classics, um projeto de cooperação entre quatro países parceiros (Portugal, França, Bósnia e Herzegovina e Montenegro), que procura desenvolver uma releitura feminista de clássicos da literatura destes países.
No dia 09, a atriz, encenadora e dramaturga Sara Barros Leitão revisitará “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa”.
Estreado em 2021 e tendo passado já por mais de 40 cidades, será apresentado pela primeira vez em formato de leitura encenada pela própria autora.
Num trimestre em que Braga celebra duas das suas mais fortes tradições, a Semana Santa (13 a 20 de abril) e o São João (17 a 24 de junho), o património da cidade vai servir de inspiração a diferentes projetos contemporâneos.
No âmbito do programa Novos Ecos de Uma Paisagem Sonora, à meia-noite do sábado da Semana Santa, o carrilhão da Sé recebe um espetáculo inédito que vai ecoar pelas ruas da cidade.
A 10 de maio, o músico Robert Aiki Aubrey Lowe apresentará o resultado de uma residência artística no órgão de tubos da Igreja de São Lázaro.
O concerto é uma proposta do projeto Pipe Poetics, integrado no Festival Internacional de Órgão de Braga, que acontece de 01 a 18 de maio, em várias igrejas da cidade.
