Adiada pela terceira vez sentença dos acusados de homicídio de jovem em Braga

Advogado quer ouvir duas novas testemunhas
Carlos Galiano morreu dois dias depois de ter sido baleado por “Max”. Foto: DR

A leitura da sentença dos dois suspeitos do homicídio de Carlos Galiano, jovem de 25 anos, devido a ajuste de contas, no Fujacal, em Braga, foi hoje adiada para o dia 05 de janeiro.

O adiamento deve-se ao facto de um dos avogados ter pedido a audição de duas novas testemunhas na sequência de uma alteração substancial dos factos, apresentada aquando das alegações finais.

Como O MINHO noticiou, Luís Miguel Teixeira, conhecido como Max, de 24 anos, o autor dos disparos que, em 2021, atingiram mortalmente o antigo amigo, Carlos Galiano, confessou o crime no Tribunal de Braga, mas garantiu que “não o premeditou nem agiu por vingança”.

“Queremos provar que o homicídio não foi nem pensado ou estudado, ou seja, não foi qualificado”, adiantou a sua advogada, Joana Oliveira Silva, do escritório de Ricardo Pinto, em Matosinhos.

Já o segundo arguido Diogo Azevedo, de 24 anos, de Braga, que a acusação considera como cúmplice, não prestou declarações. Na contestação à acusação negou ter incitado Max a matar

A acusação diz que os dois foram, às 02:00, de 5 de outubro, à procura de Galiano num café do bairro do Fujacal, onde Max lhe deu dois tiros.

Conforme O MINHO tem noticiado, ambos os arguidos repetiram a tese que apresentaram na contestação: Max nega ter agido por vingança – tese que consta da acusação – e diz que o coarguido, Diogo Miguel Azevedo, é o “autor moral” do crime.

No documento que enviou ao processo, Max diz não ser verdade que a vítima o tenha denunciado aquando de um processo-crime julgado em Braga por tráfico de droga em Amares (onde ambos foram arguidos e condenados), desmentindo, assim, a tese do Ministério Público.

Instigado

Diz que pegou na pistola para ir enfrentar Galiano, no que foi instigado por Diog,o que tinha acabado de brigar com a vítima, mas que nunca pensou ou premeditou matá-lo.

Na contestação enviada ao processo, Max atribui a culpa a Diogo, a quem chama de “autor moral” do crime. Diz que chorou ao pensar que o Galiano podia falecer e que até rezou para que tal não acontecesse.

Diogo nega

Já Diogo diz que não o instigou a matá-lo, após ter jantado num restaurante do Fujacal, onde estava o Galiano. Refere que, à saída, os dois discutiram, tendo-lhe Galiano dado uma cabeçada e não um soco, como diz a acusação.

Conforme então também noticiámos, Diogo foi apanhado em junho pela polícia francesa e extraditado para Portugal, onde também está em prisão preventiva. No entanto, pediu já a passagem a prisão domiciliária, o que o Tribunal ainda não decidiu.

Na sua contestação, nega ter ameaçado a vítima, e diz que depois contou o sucedido ao Max, tendo sido este a pegar na pistola por ter decidido matá-lo devido a querelas anteriores, o que aconteceu num snack-bar para onde Galiano tinha ido. Baleou-o com dois tiros e ele morreu três dias depois.

A acusação diz que Galiano e Diogo estiveram a jantar juntos num restaurante da zona, ocasião em que este lhe disse que era um “bufo”.

A discussão prosseguiu no exterior, ocasião em que Galiano deu um soco em Diogo, tendo este dito que ia a casa buscar uma pistola. A seguir, contou o sucedido ao Max, e ambos combinaram ir procurá-lo para o matarem.

120 mil euros de indemnização

No processo, o pai do Galiano pede aos dois uma indemnização de 60 mil por danos morais, 20 mil por danos intercalares, 40 mil por danos patrimoniais e dois mil por despesas efetuadas.

Diz que tinha grande amor ao filho, que ainda hoje lhe custa a sua ausência e que, após a sua morte, entrou em depressão.

 
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