A leitura da sentença dos dois suspeitos do homicídio de Carlos Galiano, jovem de 25 anos, devido a ajuste de contas, no Fujacal, em Braga, foi hoje adiada para o dia 05 de janeiro.
O adiamento deve-se ao facto de um dos avogados ter pedido a audição de duas novas testemunhas na sequência de uma alteração substancial dos factos, apresentada aquando das alegações finais.
“Queremos provar que o homicídio não foi nem pensado ou estudado, ou seja, não foi qualificado”, adiantou a sua advogada, Joana Oliveira Silva, do escritório de Ricardo Pinto, em Matosinhos.
Já o segundo arguido Diogo Azevedo, de 24 anos, de Braga, que a acusação considera como cúmplice, não prestou declarações. Na contestação à acusação negou ter incitado Max a matar
A acusação diz que os dois foram, às 02:00, de 5 de outubro, à procura de Galiano num café do bairro do Fujacal, onde Max lhe deu dois tiros.
Conforme O MINHO tem noticiado, ambos os arguidos repetiram a tese que apresentaram na contestação: Max nega ter agido por vingança – tese que consta da acusação – e diz que o coarguido, Diogo Miguel Azevedo, é o “autor moral” do crime.
No documento que enviou ao processo, Max diz não ser verdade que a vítima o tenha denunciado aquando de um processo-crime julgado em Braga por tráfico de droga em Amares (onde ambos foram arguidos e condenados), desmentindo, assim, a tese do Ministério Público.
Instigado
Diz que pegou na pistola para ir enfrentar Galiano, no que foi instigado por Diog,o que tinha acabado de brigar com a vítima, mas que nunca pensou ou premeditou matá-lo.
Na contestação enviada ao processo, Max atribui a culpa a Diogo, a quem chama de “autor moral” do crime. Diz que chorou ao pensar que o Galiano podia falecer e que até rezou para que tal não acontecesse.
Diogo nega
Já Diogo diz que não o instigou a matá-lo, após ter jantado num restaurante do Fujacal, onde estava o Galiano. Refere que, à saída, os dois discutiram, tendo-lhe Galiano dado uma cabeçada e não um soco, como diz a acusação.
Conforme então também noticiámos, Diogo foi apanhado em junho pela polícia francesa e extraditado para Portugal, onde também está em prisão preventiva. No entanto, pediu já a passagem a prisão domiciliária, o que o Tribunal ainda não decidiu.
Na sua contestação, nega ter ameaçado a vítima, e diz que depois contou o sucedido ao Max, tendo sido este a pegar na pistola por ter decidido matá-lo devido a querelas anteriores, o que aconteceu num snack-bar para onde Galiano tinha ido. Baleou-o com dois tiros e ele morreu três dias depois.
A acusação diz que Galiano e Diogo estiveram a jantar juntos num restaurante da zona, ocasião em que este lhe disse que era um “bufo”.
A discussão prosseguiu no exterior, ocasião em que Galiano deu um soco em Diogo, tendo este dito que ia a casa buscar uma pistola. A seguir, contou o sucedido ao Max, e ambos combinaram ir procurá-lo para o matarem.
120 mil euros de indemnização
No processo, o pai do Galiano pede aos dois uma indemnização de 60 mil por danos morais, 20 mil por danos intercalares, 40 mil por danos patrimoniais e dois mil por despesas efetuadas.
Diz que tinha grande amor ao filho, que ainda hoje lhe custa a sua ausência e que, após a sua morte, entrou em depressão.