Carlos Fernandes mora em Palmeira, Braga, e está a passar por momentos difíceis depois de um AVC o ter confinado a uma cama. Sem condições financeiras, a viver numa casa modesta, a família lançou uma campanha pública para conseguir uma cama articulada e um elevador de escadas.
Na página, criada pela filha, “Vamos apoiar o Carlos” estão todos os pormenores para quem quiser ser solidário com esta causa.
A vida de Carlos Fernandes deu uma volta de 180 graus há cerca de um ano, como contou uma filha a O MINHO.
Electricista de profissão era uma pessoa dinâmica e cheia de vida. O início de 2018 viria a mudar tudo. Uma gripe seria o princípio do fim. Tomou medicamentos mas um mês depois nada de melhorar.
Exames atrás de exames e nada de perceber o que se passava. Três pneumonias seguidas e um internamento no hospital começaram a levantar a ponta do véu: alguma coisa não estava bem. E não estava.
O primeiro cenário foi mau: cancro dos pulmões. Mas o que se seguiu ainda foi pior: o cancro estava situado nos ossos.
Começou logo os tratamentos apesar do veredicto estar dado: incurável. A médica fala-lhe de um tratamento inovador que lha dava mais anos de vida e com maior qualidade. Aceitou.
Em junho de 2018, uns desmaios sucessivos levaram a esposa e a filha a chamarem pelo socorro. O facto de ter batido com a cabeça numa esquina preocupou os familiares. Isso e os outros dois desmaios até ao hospital. Passou a noite em observações. No dia seguinte tem alta.
Volta para casa. Era sábado. Na segunda-feira, a filha e a neta, também ela com um cancro, estão em tratamentos no Porto. Carlos vai com a esposa à farmácia. Ainda que perto decidiu levar o carro. De regresso, a entrar no portão sentiu o braço sem força e desmaiou.
O INEM foi rápido, a assistência cuidadosa. Transportado de urgência, é operado durante algumas horas. A família é informada que Carlos teve um AVC com hemorragia grave e paralisação do lado direito. A fala ficou afectada.
Transferido para os cuidados intensivos, é pedido à família que reúna todos porque Carlos não teriam mais do que 48 horas de vida.
Carlos ainda cá continua, ainda não desistiu. Mas as suas condições não são as melhores.
Não tem uma cama articulada que ajudaria a esposa a tratar muito melhor dele. As escadas não têm elevador por isso, raramente sente o cheiro da zona onde mora.
Com uma reforma de 300 euros e a recusa da Segurança Social em dar mais qualquer apoio, há dias em que Carlos parece querer desistir.
A família não deixa e junta decidiu pedir ajuda. O primeiro passo foi criar uma página no Facebook, “Vamos apoiar o Carlos”.
Que já deu pequenos frutos: a Junta deu-lhe uma cama melhor, mais confortável mas não é articulada. Os escuteiros de Palmeira fizeram uma campanha e vão remodelar a casa de banho. Mas continuam a faltar a cama articulada e o elevador.
Daí o apelo solidário da família: “ajudem o Carlos!”.