A Farfetch, fundada pelo vimaranense José Neves, fechou o seu escritório em Braga, avança hoje o ECO. O encerramento ocorreu já em setembro do último ano.
Mas a informação não foi divulgada publicamente, ao contrário do momento da sua abertura, em 2018, quando criou 150 postos de trabalho na cidade.
“Nascemos em Guimarães, em dez anos demos a volta ao mundo e chegamos agora a Braga. Somos um caso de sucesso, temos mais de três mil funcionários, 57 nacionalidades a trabalhar connosco. Neste escritório vamos ter cerca de 150 funcionários naquele que é o nosso ‘hub’ tecnológico”, salientou Cipriano Sousa, responsável da empresa, em 2018.
A escolha de Braga para abrir novas instalações, referiu na altura, “não foi difícil”: “Braga é uma cidade jovem, atraente, criativa, com investigação em expansão e recursos qualificados devido ao seu ecossistema que atrai o investimento”.
Contudo, a recente ‘crise’ da Farfetch impulsionou a redução de custos. Para além do polo de Braga, a empresa encerrou aquele que mantinha na Avenida da Boavista, no Porto.
Esta é uma decisão alinhada com as “políticas de trabalho flexíveis” da empresa e visa “otimizar a capacidade atual para atender às necessidades efetivas”, referiu fonte oficial da empresa após o fecho no Porto, citado pelo jornal económico ECO. Como avança a mesma fonte, o encerramento também se explica com o crescimento do trabalho remoto.
Os cerca de 150 trabalhadores de Braga foram distribuídos pelos escritórios de Matosinhos e Guimarães.
Esta reestruturação ocorreu ainda antes da venda aos sul-coreanos da Coupang e da saída de José Neves da liderança.
Com a entrada dos novos acionistas, está previsto um despedimento de 2.000 trabalhadores, em que metade por ser em Portugal – onde dava emprego a 3.000 pessoas.
‘Braço’ tecnológico da BMW ocupou escritórios
Os antigos escritórios da Farfetch foram ocupados pela Critical TechWorks.
Como O MINHO noticiou, a tecnológica portuguesa – nascida da cooperação entre a Critical Software e o Grupo BMW – abriu um escritório em Braga e pretendia contratar 100 programadores dos primeiros 12 meses.
Em comunicado, a empresa, que resulta de uma forte aposta da BMW no desenvolvimento de “soluções de mobilidade do futuro”, adiantou que está a dar “prioridade para perfis com conhecimentos em Java, C++ e Data”.
A nova localização, num escritório com 2.000 metros quadrados em Braga, “reforça o compromisso de longo prazo da Critical TechWorks com a presença em Portugal”.
A equipa de Braga irá reforçar a capacidade de desenvolvimento de produtos que a tecnológica está a construir para o Grupo BMW.
Neste momento, a empresa desenvolve 250 produtos, que vão desde o desenvolvimento de veículos aos automóveis conectados, à inteligência de dados, aos ecossistemas de vendas, logística e sistemas de produção.
“A presença em Braga é, para nós, bastante natural, devido ao ecossistema existente na cidade, à proximidade do escritório do Porto e ao facto de termos membros da nossa equipa que vivem a norte do Porto”, explicou Rui Cordeiro, CEO da Critical TechWorks, citado no comunicado.
Para o responsável, “esta expansão, em complemento aos escritórios do Porto e Lisboa, responde às necessidades de crescimento planeadas para os próximos cinco anos. É também mais um sinal de confiança na excelência da engenharia portuguesa”.
Atualmente, a empresa conta com mais de 2.400 colaboradores, prevendo contratar mais 500 pessoas em 2024, distribuídos pelos três escritórios.
“A ambição para o novo escritório de Braga não se limita às 100 pessoas que pretende contatar nos próximos 12 meses, tendo objetivos de crescimento para a cidade acima das 500 pessoas num horizonte de quatro anos”, referiu o comunicado, enviado às redações no mês de outubro de 2023.