A Europa real

Sejamos francos e objetivos:

– Não há eurobonds;
– Não há uma ideia clara para federalizar a Europa;
– Não há líderes políticos à escala continental;
– Não fazemos nada para inverter o fenómeno (invisível) do envelhecimento e o (mais que visível) do desemprego;
– Mantemos as portas abertas à “democratização desregulada” do comércio mundial;

Estamos a passar pela ressaca de três décadas de políticas erradas não orientadas para um modelo de desenvolvimento económico sustentável e equilibrado. E essa é a Europa real. Depois há a Europa aspiracional – aquela que nunca funcionará, independentemente de ser a desejável e sonhada pelos fundadores visionários do pós segunda guerra mundial.

Para a descrever permito-me recordar uma intervenção de Churchill na Universidade de Zurique em 1946:

“Gostaria de falar, hoje, do drama da Europa (…) Entre os vencedores só se ouve uma Babel de vozes. Entre os vencidos não encontramos mais do que silêncio e desespero (…) Existe um remédio que, se fosse adoptado global e espontaneamente, pela maioria dos povos dos numerosos países, poderia, como por milagre, transformar por completo a situação e fazer toda a Europa, ou a maior parte dela, tão livre e feliz como a Suíça dos nossos dias.

 

Qual é esse remédio soberano? Consiste em reconstituir a família europeia ou, pelo menos, enquanto não podemos reconstrui-la, dotá-la de uma estrutura que lhe permita viver e crescer em paz, em segurança e em liberdade. Devemos criar uma espécie de Estados Unidos da Europa.”

Sejamos francos e objetivos: onde está a Europa?

 
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