A assembleia de credores da panificadora Fernandes & Alves, Lda., de Viana do Castelo, aprovou esta segunda-feira, no tribunal daquela comarca, a liquidação “imediata” da sociedade, disse à Lusa a advogada que representa a comissão de trabalhadores.
De acordo com Isabel Guimarães, os cerca de 60 trabalhadores “vão dar entrada com um incidente para qualificação da insolvência, por considerarem que há indícios de negócios dolosos”.
De acordo com a causídica, “60% dos credores presentes na assembleia votaram pelo encerramento imediato da empresa, contra 40% que representa os créditos da Segurança Social, Caixa Geral de Depósitos, Novo Banco e da empresa PaniMinho”.
Isabel Guimarães acrescentou que a juíza responsável pelo processo colocou também à votação um plano de recuperação, apresentado pela empresa, que foi rejeitada pelos credores presentes.
Com mais de 70 anos de existência, a Fernandes & Alves, Lda., tem dívidas no valor de cerca de 2,3 milhões de euros.
O pedido de insolvência foi apresentado, em setembro, pela própria empresa, com sede no Cais Novo, em Darque, alegando dívidas no valor 1,358.974 euros, a mais de 200 credores e decretada, em outubro, pelo tribunal local.
De acordo com a sentença, entre os principais credores da empresa encontram-se a Caixa Geral de Depósitos (mais de 169 mil euros) e o Novo Banco, com 134 mil euros.
No processo constam ainda casos judiciais anteriores à declaração de insolvência, nomeadamente uma execução intentada pela Segurança Social, no valor de 300 mil euros, um processo contraordenação da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) de 59 mil euros e cinco processos instaurados por trabalhadores que correm no Tribunal de Trabalho.
A administração da empresa alegou “falta de liquidez” para pedir a insolvência, “traduzida na ausência de crédito e indisponibilidade dos sócios para entradas suplementares de capital”.
No documento, a que a agência Lusa teve acesso, a juíza que declarou a insolvência, requerida pela própria empresa, nomeou Fernando Carvalho como administrador de insolvência.
Fundada em 1945, a empresa tinha um capital social de 199.519 mil euros, dedicando-se à produção e comércio de pão e de produtos similares.