Os comerciantes do Mercado Municipal de Braga e redondezas devem ser compensados pelos prejuízos resultantes da “street stage” do Rally de Portugal que os obriga a fechar portas dois dias, embora haja o receio de fechar uma semana.
A exigência foi destacada hoje pelo candidato do PS à Câmara Municipal de Braga, após uma visita ao Mercado Municipal, onde afirma ter constatado a desilusão dos comerciantes ali instalados quanto ao adiamento das obras de requalificação, uma das primeiras promessas de Ricardo Rio, há quatro anos adiada.
O mínimo que o PS exige, perante estes problemas que deviam ser previstos pelo atual executivo, “é uma indemnização pelos prejuízos causados e mais respeito pelos comerciantes que, na sua imensa maioria, são trabalhadores por conta própria. O poder municipal não pode tomar decisões que prejudicam a vidas das pessoas e não as compensar”.
Miguel Corais não se manifestou contra o Rally de Portugal, mas entende que muito do potencial se perde quando o comércio local tem que ficar fechado.
“Ao organizar-se este tipo de eventos, dever-se-á avaliar à partida todos os custos e os constrangimentos. É fácil decidir um evento, criar prejuízos a quem trabalha e vive do seu negócio. Estes comerciantes são trabalhadores bracarenses que vivem da venda no mercado e mereciam uma maior salvaguarda dos seus interesses de quem está à frente dos destinos do município”.
O poder camarário está a comportar-se como “o administrador de um condomínio que invade os apartamentos das pessoas sem lhes pedir autorização. Num estado de direito, como o nosso, estes temas têm de ser tratados com mais respeito e salvaguardar os direitos de quem trabalha”, argumentou Miguel Corais, a propósito das limitações ao estacionamento a partir das oito horas, a partir do dia 15 deste mês.
“Deixem-nos trabalhar”, gritou um dos comerciantes zangado com o comportamento da Câmara Municipal, porque, “com o outro executivo, nunca se fez nada no Mercado sem falar connosco antes e a gestão do municipal liderada pelo Ricardo Rio não dá qualquer satisfação a ninguém nem nos conhece”.
Miguel Corais fez-se acompanhar pelo vereador Gil Sousa, tendo sido recebido na secção dos talhos e da venda de peixe, deixando o compromisso de novo encontro com todos os comerciantes daquele espaço por considerar o mercado municipal fundamental para a dinamização da economia local e do centro histórico.
Miguel Corais apresentou-se aos comerciantes com o desejo de ser “porta-voz dos vossos problemas e fazer eco das vossas preocupações, para defender os interesses dos bracarenses e sobretudo de quem trabalha”.
Perante as reclamações dos comerciantes, Miguel Corais disse-lhes que “não faz qualquer sentido investir meio milhão de euros com o Rally de Portugal e se esqueçam os prejuízos causados aos que aqui trabalham”.
Alguns comerciantes manifestaram a Miguel Corais o receio de que o comércio do centro histórico de Braga seja afectado mais que os dois dias da corrida e fala-se já em “ter de fechar uma semana” por causa das limitações ao estacionamento, montagem de bancadas e colocação de “rails” em todo o percurso da etapa (3.400 metros).
Quanto às obras de requalificação do Mercado Municipal, Miguel Corais está de acordo que se avance com este investimento com brevidade, mas defendeu que se deve conciliar a manutenção do negócio dos comerciantes com a execução da obra, de forma a salvaguardar o rendimento dos comerciantes e não haver paragens prolongadas nos seus negócios.