A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira apelou hoje à colaboração da população no combate à vespa asiática, sendo que no concelho, desde o início do ano, foram destruídos 21 ninhos daquela espécie invasora.
“A Câmara relembra o papel fundamental de todos os munícipes na referenciação de ninhos desta espécie invasora”, lê-se no comunicado emitido hoje por aquela autarquia do Alto Minho onde sublinhou que “até outubro, se irão registar mais avistamentos” de vespa velutina, como também é conhecida, maior e mais agressiva do que a espécie autóctone nacional.
Segundo números avançados pela Câmara Municipal, “entre abril e julho deste ano, foram destruídos no concelho um total de 21 ninhos, em localizações tão distintas como ramos de árvore, telhados e paredes de cimento”.
Uma operação desencadeada na sequência de “todas as denúncias reportadas ao Município, que agiu dotado dos meios necessários para uma extinção imediata”.
“Embora não se conheça ainda o verdadeiro impacto que a invasão desta espécie invasora na apicultura, na fruticultura ou na viticultura do concelho sabe-se que é uma espécie que se adaptou tremendamente bem ao clima e geografia da região, e que neste momento, a sua multiplicação e propagação tem sido exponencial, ultrapassando mesmo as piores previsões”, sustentou a autarquia.
Na nota hoje enviada o município adiantou “as ações de controlo desta espécie invasora” que tem vindo a dinamizar, “nomeadamente ‘workshops’ de demonstração de fabrico de armadilhas para captura de vespas fundadoras de colónias”.
A autarquia explicou que os munícipes poderão reportar os avistados daquela espécie junto dos serviços camarários ou, “diretamente na plataforma www.sosvespa.pt, onde qualquer utilizador se pode registar e incluir informação válida”.
A destruição ocorre sempre quando cai a noite, período em que as vespas fundadoras estão no interior das colmeias.
Dados da Associação Apícola Entre Minho e Lima (APIMIL) indicam que cada ninho pode albergar até 2.000 vespas e 150 fundadoras de novas colónias, que no ano seguinte poderão vir a criar pelo menos 6 novos ninhos.
Segundo os apicultores, esta espécie, “mais agressiva”, faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento por estarem sob ataque, enfraquecendo as colmeias, que acabam por morrer colocando em causa a produção de mel.
Esta espécie predadora foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004.
Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir no final do seguinte. Viana do Castelo, capital do Alto Minho é o concelho com maior número de casos registados. Em dois anos foram sinalizados 619 ninhos de vespa asiática. De acordo com números dos Bombeiros Municipais de Viana, até outubro foram destruídos mais de 400.