Valença colocou sensores na fortaleza

Para detetar riscos 24 horas por dia

A Fortaleza de Valença vai ser monitorizada em permanência por um sistema de cerca de 40 mil euros que permite a deteção imediata de riscos para a conservação do monumento nacional, revelou hoje a autarquia.

A informação recolhida por 28 sensores e dispositivos já colocados na Fortaleza é “enviada para uma central onde os dados são analisados e permitem a deteção imediata de valores que coloquem em risco a conservação do imóvel”, descreve, em comunicado, aquele município do distrito de Viana do Castelo.

O novo sistema de monitorização, de dispositivos sem fios, com sensores, que funcionam 24 horas por dia, vai permitir “registar a temperatura, a humidade, a iluminação, a vibração, a inclinação, a distância e a radiação solar”, observa a autarquia.

De acordo com a câmara, esta nova rede de sensores reforça “os sistemas tradicionais inicialmente colocados para análise de fissuras existentes, nos panos de muralha, pela Unidade de Cultura da CCDRN [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte] e Património Cultural, I.P. após a queda da muralha, por solicitação da Câmara”.

Em 01 de janeiro de 2023, o pano de muralha da Fortaleza de Valença, colapsou devido a um forte temporal.

Outras partes da estrutura foram identificadas como estando em risco de derrocada, com diversas fissuras, na parte norte da fortaleza.

A fortaleza de Valença é monumento nacional desde 14 de março de 1928 e encontra-se em processo de classificação como Património da Humanidade pela UNESCO.

Os aparelhos “foram instalados em vários pontos estratégicos, previamente identificados como sendo de risco, como o Baluarte do Socorro e do Carmo, as cortinas entre o Baluarte do Carmo e de São João e entre o Baluarte de Santana e São José, bem como a Porta do Açougue, a Poterna da Fonte da Vila e a Porta da Coroada”.

Citado no comunicado, o presidente da autarquia, José Manuel Carpinteira, sublinhou que o município “está focado em criar as melhores condições para uma gestão mais cuidada e atenta da fortaleza, principal ex-libris da cidade”.

A intervenção é financiada pelo POCTEP, cofinanciado pelo INTERREG España-Portugal 2021-2027.

O monumento nacional assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido ao longo dos seus cerca de 700 anos a terceira mais importante de Portugal.

 
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