João Ferreira está de volta “ao batente”. O fotógrafo de Braga, especializado em imagens da natureza, passou cinco dias em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês para fotografar o lobo-ibérico, e acabou por testemunhar a passagem de uma alcateia inteira.
O momento aconteceu no início de junho, explica, depois de oito horas de espera no mesmo local, suportando “calor, insetos a treparem as pernas, (e) sufoco da camuflagem”.
Acampado desde as 14:30, “nem um coelho apareceu”, e “já passavam das 21h”, quando João foi recompensado pela paciência.
“E vejo o primeiro vulto romper a vegetação, um enorme lobo macho (um velho conhecido), com uma pelagem fantástica, altivo, imponente, comia terreno a cada passada do trote lobeiro, outros lhe seguiam atrás”, relata.
João Ferreira descreve que “a alcateia quase completa estava em marcha” à su frente, “com uma passada militar, um deslocamento totalmente compassado, uma distância quase simétrica entre elementos”.
“Pareciam uma tropa de elite destinada a uma missão”, apontou, acrescentando que “não é fácil ver um lobo”, mas “ver isto, é daqueles momentos que me marcam”.
“Os lobos passaram, dei por mim a pensar num famoso e repetido post das redes sociais, que refere que uma alcateia se desloca com os mais fracos na frente e o líder na retaguarda”, apontou ainda.
Contudo, refere, a realidade contou outra história, “com o líder na frente, a decidir o destino”, enquanto “atrás vinham os outros” e, finalmente, por último vinha o que lhe pareceu ser “uma cria do ano anterior”.
