O Ministério Público pediu, hoje, no Tribunal de Braga a condenação a penas de prisão, de cinco e de três anos, no final do julgamento de dois homens que, em março de 2023, assaltaram, de madrugada, o bar Tosga, na zona da Sé de Braga e levaram 60 euros, depois de ameaçarem o funcionário.
A magistrada deu os factos como provados, mas os advogados de defesa, Luís C. e João Araújo Silva contestaram as conclusões do MP, afirmando que um dos dois crimes de roubo de que foram acusados, não se provou em audiência. E criticaram o modo como a acusação foi feita, dada a “falta de provas”.
Sublinharam que o próprio dono de um dos bares alegadamente assaltados pelos dois homens foi ao Tribunal dizer que não tinha havido roubo, nem tinha sido ameaçado.
Na primeira audiência, Fernando Daniel (de alcunha o Lula), de 34 anos, que está em prisão domiciliária, disse ao Tribunal que entrou, de facto, no bar, mas negou ter agredido o funcionário.
Esta tese, a de que os crimes de que está acusado terão menos relevância do a que lhes é imputada pelo Ministério Público, como é visível – diz a defesa – no vídeo gravado pelas câmaras de videovigilância do bar, e que foram visionadas na audiência.
O outro arguido é Vasco Lopes, de 30 anos, que está com apresentações diárias e é defendido pelo advogado João Araújo Silva, de Vila Verde, afinou pelo mesmo diapasão.
“Somos da claque”
De acordo com a acusação, e conforme O MINHO relatou, os dois homens, que se gabaram de pertencer à claque do Sporting de Braga (não-oficial) denominada “Red Boys”, terão entrado no bar – diz a acusação – aos gritos e dando murros no balcão, para intimar o funcionário de nome Sérgio a chamar o patrão. Aí, o Fernando levantou a camisola para mostrar as tatuagens que tem no peito e exclamou: “Somos da claque do SC Braga, dos Red Boys. Eu sou o Lula!”.
De seguida, deu ordem ao funcionário, de nome Sérgio, para abrir a caixa registadora ao que ele não acedeu. O que levou o assaltante a dizer: “Olha que eu parto-te os dentes todos”. E encostou-lhe a cabeça ao peito.
Para conseguir aceder ao dinheiro, arrancou os cabos da caixa e, ameaçado, o empregado acabou por abri-la, tendo dela retirado 60 euros.
No imediato, e antes de abandonarem o espaço, o Vasco pediu cinco euros ao funcionário e este deu-lhos, com medo.
Antes de sair, o Fernando Daniel ainda disse: “Hoje somos só dois, mas prá próxima seremos 20 ou 30, da claque”. Algo que os arguidos, também negam.
Foram ao Porta 21
A dupla enfrenta outro processo semelhante, e que se prende com uma ida ao Porta 21, na mesma zona da cidade, reclamar um capacete Helmet que ali ficara esquecido e que o proprietário já havia entregue ao dono.
Com esse pretexto, beberam sem pagar e exigiram 200 euros ao dono, de nome Filipe. Este deu-lhes a verba que tinha em caixa, 70 euros, e a dupla saiu, não sem antes o ameaçar de que voltariam no dia seguinte, para cobrar os 200 euros.
Estes factos são negados pelos arguidos.