A zet gallery e o dstgroup vão inaugurar, no sábado, às 11:00, no Complexo Mereces 718, na freguesia de Barcelinhos, Barcelos, a obra de arte que venceu a terceira edição do prémio “Arte em Espaço Público & Sustentabilidade”.
Vai ficar inserido num megaprojeto já em andamento que inclui habitação, comércio e escritórios, num conceito de cidade inteligente, com vias sustentáveis de mobilidade e locais para carregamento de veículos elétricos. Todo o projeto vai incluir vários prédios, ficando concluídos até 2027.
A obra “Águas Correntes”, da autoria de Joana Tomas e Vincent Rault, do “Muro Atelier”, nasce da visão de uma “escadaria emergindo da água para alcançar o céu”.
“Dos seus degraus caem gotas, congeladas entre os elementos, e os seus reflexos transformam este arquétipo quotidiano num objeto impossível”, explica o grupo DST, em comunicado.
Essa imagem carrega consigo “uma mensagem sobre os desafios que enfrentamos com as alterações climáticas e o aumento do nível médio das águas do mar”.
“As escadas, para além da sua função prática de ligar diferentes níveis físicos, têm sido, ao longo da história, um símbolo de poder em diversas culturas”, acrescenta.
“Cada degrau da escadaria torna-se num marco na nossa jornada, representando, não apenas o progresso físico rumo ao topo, mas também o crescimento e a evolução pessoal. É um lembrete de que até os passos menores são importantes na caminhada em direção a um objetivo maior. A forma helicoidal da escadaria, assemelhando-se a uma sequência de ADN, ilustra uma conexão intrínseca entre todos os elementos da vida e da natureza”, afirma Joana Tomas, co-artista da obra.
A escolha dos materiais, excedentes e reciclados, para a construção da escadaria, não apenas “reduz o impacto ambiental” da obra, como também “adiciona camadas de significado à sua narrativa”.
“Estes materiais, que de outra forma seriam descartados, são ressignificados e transformados numa obra de arte que celebra a criatividade humana e a capacidade de regeneração. À medida que a natureza abraça a estrutura, com plantas trepadeiras envolvendo os degraus, assistimos a um renascimento, como se estivéssemos a testemunhar a própria Terra emergindo das profundezas, renovada e revitalizada”, acrescentou ainda Vincent Rault, o outro coautor de “Águas Correntes”, citado em comunicado.
Além da escadaria, os três bancos posicionados na frente paisagística são “convites para a contemplação e o diálogo”.
“A forma assemelhada aos degraus simboliza a interconexão entre todos os elementos e convida os visitantes a envolverem-se com a sua mensagem. Assim, a escadaria não é apenas uma estrutura física, mas sim um símbolo multifacetado de esperança, progresso e conexão. É uma declaração poética sobre a interseção entre arte, natureza e sustentabilidade. É um convite para dançar na chuva da mudança, abraçando cada gota como uma promessa de renascimento”, nota o comunicado.
Recorde-se ainda que a dupla de artistas do “Muro Atelier” já viu obras suas, tais como: “Luar”, “Mandala”, “Ecume”, “Bloom in Blue”, “Lavomatique” ou “Manu” expostas em diversos países, como Portugal, Espanha ou França, entre outros.