O violinista João Silva, natural de Ponte de Lima, que recebeu um voto de louvor depois de ter participado no álbum da cantora catalã Marina Tuset, que ganhou o Grammy Latinos de “Best Ingineered Album”, nos prémios que decorreram em novembro de 2023, prepara uma digressão por diferentes países da Europa, incluíndo Portugal, mais precisamente Ponte de Lima.
O músico irá correr o ‘velho continente’ em dupla com a cantora alemã Janayna Schmidt, iniciando com dois concertos em fevereiro: primeiro na Suíça, em 16 de fevereiro, e dois dias depois em Rottweil, na Alemanha.
Em março, dá-se o regresso a casa, com duas atuações (dias 02 e 04) em Ponte de Lima. No dia 09 regressam à Alemanha, mais propriamente a Rickenbach, para regressarem à Península Ibérica em 15 de março, a Barcelona, para o festival Cocoa.
Entre abril e maio, a dupla irá atuar em diferentes locais, estando já marcados concertos em Hannover, na Alemanha, e também em Winterthur, na Suíça.
Arranjo de cordas
Em declarações a O MINHO, aquando do anúncio da vitória no Grammy, João Silva adiantou que escreveu e gravou o arranjo de cordas para a canção “Yakari”.
“Produzir, escrever e gravar arranjos de cordas é um trabalho que tenho vindo a desenvolver nos últimos anos, estou a trabalhar muito com artistas de todo o mundo”, sublinhou o limiano a O MINHO.
Na altura integrava parte de uma residência organizada pela discográfica francesa Art Melodies, Fames Residence e a Creative Europe.
“Fui chamado pela discográfica para fazer parte de uma equipa de 5 músicos e compositores, que para mim é algo incrivelmente maravilhoso porque estou a trabalhar num dos melhores estúdios de gravação de orquestra da Europa com compositores que têm mais 25 anos de experiência que eu”, destacou.
Grammy
O álbum galardoado foi produzido por Érico Moreira, músico e produtor brasileiro radicado em Barcelona, e masterizado por Felipe Tichauer, um engenheiro de som brasileiro radicado em Miami.
“Já gravei e escrevi vários arranjos de cordas para o Érico e para músicas que ele produziu, como a música ‘Somos um’ do seu álbum ‘Dentro da Matrix’ que no ano passado (2022) também foi selecionado para a mesma categoria nos Latin Grammy (Best ingineered album)”, sublinhou João Silva.
Adiantou ainda que “com a Marina é a mesma coisa”. “Sempre colaboramos, costumo gravar para ela e ela para mim, e às vezes fazemos algum concerto juntos”, disse.
Tirar som novo da cartola
Ainda sobre o álbum, João Silva disse que “sempre que o Érico tirava da cartola um som novo e me mostrava era sempre uma descoberta de uma nova porta de possibilidades sonoras”.
“Admiro muito a criatividade do Érico, apesar de ser um musico incrível é também um produtor excepcional, e ter a capacidade de gravar estes dois albums em casa e num ano ser selecionado para os Latin Grammys para a categoria de produção com o seu álbum e no ano seguinte ganhar essa categoria com o álbum da Marina para mim significa muito”, confessou o limiano.
João Silva lembrou, por fim, que a “maior a parte dos artistas que ganham este prémio fazem investimentos milionários para poder chegar lá, e que ele com um álbum totalmente gravado e produzido em casa logra o mesmo feito”.