Esta casa do arquiteto Siza Vieira em Caminha é candidata a Património Mundial da UNESCO

Em Moledo
Foto: DR

Oito obras do arquiteto Álvaro Siza Vieira em Portugal – entre elas, a Casa Alves Costa, em Moledo, Caminha – compõem uma candidatura a Património Mundial, que foi submetida na passada quinta-feira, depois de revista, disse hoje o diretor da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP).

A candidatura intitulada “Obras de Arquitetura de Álvaro Siza em Portugal” faz parte da lista indicativa do Património Mundial de Portugal desde 2016, com uma lista de 18 projetos, tendo sido entretanto diminuída para oito.

Os oito projetos são a Casa Alves Costa em Caminha, o edifício da FAUP, a Piscina das Marés, a Casa de Chá da Boa Nova, o Museu de Serralves, o Pavilhão de Portugal em Lisboa, o Bairro da Bouça, a Igreja do Marco de Canavezes.

O diretor da FAUP, João Pedro Xavier, explicou à Lusa que a seleção dos oito projetos se justifica com o “facto de a maior parte deles já ser património” e pela “variedade tipológica ou funcional dos edifícios propostos”.

Os casos do Bairro da Bouça, no Porto, e a Casa Alves Costa, em Caminha, foram submetidos para classificação nacional, pelo que João Pedro Xavier salientou que também será preciso que haja “alguma ‘luz verde’” em relação a esses dois imóveis.

Foto: OlhArquitectura
Foto: OlhArquitectura
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Foto: OlhArquitectura
Foto: OlhArquitectura

No que diz respeito à Bouça, há também a expectativa de que venha a ser alvo de “algumas obras”, em particular de pintura.

O diretor da FAUP disse que “a candidatura está preparada com as chamadas extensões futuras”, para que, mais tarde, se possam associar outros projetos do arquiteto Prémio Pritzker, incluindo no estrangeiro.

“Aí, a ideia é incluir não só algumas obras que já estão na lista indicativa, a Malagueira [em Évora], o Chiado [em Lisboa] e outras obras significativas, mas também abrir para obras no estrangeiro que estejam fora de Portugal”, afirmou João Pedro Xavier.

De acordo com um comunicado da FAUP, datado do final de março, a 15 de janeiro decorreu a primeira submissão da candidatura, que obteve “parecer favorável”.

“A FAUP está a coordenar, desde 2021, os trabalhos conducentes à candidatura para a inscrição de um conjunto de obras de Álvaro Siza Vieira na Lista do Património Mundial da UNESCO” e o “diretor da FAUP é o responsável pela submissão da candidatura”, segundo o mesmo documento.

São parceiros da candidatura a Universidade do Porto, Universidade de Lisboa, Câmara Municipal do Porto, Câmara Municipal de Matosinhos, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal do Marco de Canavezes, Câmara Municipal de Caminha e a Fundação de Serralves.

Teresa Cunha Ferreira é a coordenadora executiva no âmbito da Cátedra UNESCO “Património Cidades e Paisagens. Gestão Sustentável, Conservação, Planeamento e Projeto”. A equipa de trabalho integra os docentes e investigadores Ana Tostões, Carlos Machado, José Miguel Rodrigues e Rui Fernandes Póvoas; e os consultores Bénédicte Gandini, Jörg Haspel, Špela Spanžel, Mariana Correia, Soraya Genin, Nuno Ribeiro Lopes, José Aguiar, Xavier Romão, Isabel Breda Vásquez, Isabel Coimbra.

O trabalho diplomático está a ser coordenado pelo embaixador José Filipe Morais Cabral, presidente da Comissão Nacional da UNESCO.

Segundo o blogue OlhArquitectura, a Casa Alves Costa está localizada na foz do Minho e, na altura da construção do projeto, apresentava-se como um lugar bucólico de férias.

O projeto nasce quando o crítico de cinema Alves Costa encomenda a Álvaro Siza Vieira um habitação de três quatros num loteamento junto à praia e ao pinhal.

A casa assume a forma de um “L” e segue a topografia local. Sem recorrer alterações significativas no terreno, o volume coloca-se na sua cota inferior criando um espaço exterior que é como que um prolongamento da casa.

É portanto uma casa voltada para o interior, protegendo-se do caminho. Siza Vieira explica, segundo aquele bloque da especialidade, que pensar uma casa perto da praia não implica necessariamente que esteja, ela, voltada para o mar: “Seria horrível ver o mar todo o dia, queria criar um mundo à parte”.

“Esta intenção extremamente clara vai determinar todo o projeto desde a sua implantação à forma como a escala humana é utilizada tornando a casa um espaço íntimo e privado”, pode ler-se na publicação.

 
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