As previsões para os primeiros dias de dezembro apontam para alguma precipitação e temperaturas ligeiramente acima da média para a época. Ou seja, o fenómeno que tem sido noticiado, chamado de “Besta do Leste”, que traria uma massa fria da Rússia, mais concretamente da Sibéria, que “gelaria” a Península Ibérica, poderá vir a fazer sentir a sua influência no inverno português, mas não nas próximas semanas.
Conforme explicou a O MINHO Patrícia Gomes, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), “Besta de Leste” não é um termo usado em Portugal, até porque terá origem no norte de Europa, mas “é caracterizada por um anticiclone que está localizado na Rússia, região da Sibéria, e se estende em crista até ao resto da Europa. Na circulação desse anticiclone, transporta um ar muito frio e seco”.
Patrícia Gomes esclarece que “o inverno meteorológico tem o seu início no dia 01 de dezembro e irá terminar no dia 28 de fevereiro” e que, nesses três meses, a influência da “Besta de Leste” é “um dos cenários prováveis”.
“Mas não significa que vá ocorrer no inverno inteiro. Até porque para os próximos dias está prevista precipitação para Portugal continental e em alguns dias vai subir a temperatura”, vinca Patrícia Gomes, concluindo que, portanto, “não irá atingir Portugal continental agora”.
Mesmo na sua previsão de período alargado, o IPMA prevê nas quatro próximas semanas uma “anomalia positiva” da temperatura para o continente. Ou seja, “temperaturas ligeiramente acima do que é normal para a época”.
Os próximos dias, na região do Minho, terão possibilidade de chuva e “pequenas variações de temperatura”.
No caso de Braga, até domingo, as oscilações das máximas previstas são entre 13ºC e 17ºC e as mínimas entre 3ºC e 6ºC.
Em Viana do Castelo, até domingo as máximas andarão os 14ºC e os 16ºC e as mínimas entre os 5ºC e os 8ºC.
Tanto em Braga como em Viana do Castelo há sempre possibilidade de chuva, exceto nas próximas terça e quinta-feira.
Relativamente à “Besta de Leste”, conclui a meteorologista do IPMA, “estamos a falar de algo que pode ser certificado daqui a um mês ou dois. É provável mas também pode não acontecer. Neste momento não vai afetar a Península Ibérica, nos próximos dias vamos estar sob influência de depressões que vão trazer alguma precipitação”.