As autoridades da Rússia e da Ucrânia confirmaram hoje uma nova troca de prisioneiros de guerra, com o regresso aos respetivos países de 70 pessoas, entre soldados e civis.
De acordo com o chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy Yermak, entre os libertados pela Rússia incluem-se ucranianos que defenderam a cidade de Mariupol, palco de violentos confrontos nas primeiras semanas da guerra.
Segundo Yermak, a Rússia entregou 22 guardas nacionais, quatro soldados da Marinha e um civil, a quem as Forças armadas russas tinham amputado uma perna, segundo a agência noticiosa ucraniana UNIAN.
Por sua vez, Moscovo confirmou a libertação de 35 soldados russos, que segundo o ministério da Defesa estavam em risco de vida devido ao seu cativeiro pelas tropas ucranianas, informou a agência noticiosa TASS.
O ministério informou que os soldados russos serão transportados para Moscovo a bordo de aviões de transporte militar das forças aeroespaciais russas, e que receberão tratamento e reabilitação no seu país.
Moscovo e Kiev têm protagonizado diversas trocas de prisioneiros desde o início da guerra, apesar de ainda não existirem perspetivas sobre uma solução negociada para o conflito.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.