A mãe de Cristiano “Branquinho”, cadastrado que esta sexta-feira foi julgado, em Braga, por três assaltos à mão armada, teme que o filho a tente matar, outra vez, tal como ao seu marido, se sair da prisão, tendo apelado aos magistrados que, pelo menos tão cedo, não o deixem sair da Cadeia de Izeda, em Bragança, onde já se encontra preso preventivamente.
Maria de Fátima Antunes Ferreira, de 64 anos, não esquece o dia em que, tal como o seu marido, Manuel Antunes Ferreira, acordaram com a cama a arder, enquanto o filho fugia, depois de os ter trancado no quarto, enquanto dormiam, para se vingar dos pais, porque a dada ocasião, deixaram de dar-lhe mais e mais dinheiro, para estourar, na droga e no jogo.
Este crime foi cometido na madrugada de 26 de setembro de 2017, na casa familiar, que se situa na Rua do Pregal, da freguesia de São Mamede de Este, no concelho de Braga, a ponto da mãe de “Branquinho” ter de ser assistida no Hospital de Braga com queimaduras, nos membros inferiores, mas acabaria absolvido, porque os pais não prestaram quaisquer declarações nesse julgamento, a pedido dos advogados, mas agora dizem-se arrependidos.
Maria de Fátima disse que o filho, quando em liberdade, “é muito agressivo para nós, ele é ruim, chama-nos nomes feios, quantos há, aponta-nos facas que temos na cozinha, está sempre a maltratar-nos, exige dinheiro para droga e para o jogo, que são os seus vícios”.
Depois de ter saído em liberdade, Cristiano Ferreira passou a cometer assaltos, todos com a mão armada e vitimando sempre mulheres sozinhas, duas das quais estavam a trabalhar em bombas de gasolina, encostando-lhes as armas, ameaçando que as mataria, no caso de chamarem depois as forças policiais, bem como levando dinheiro, mais de 500 euros nos dois roubos, deixando as vítimas sem hipóteses de resistirem, devido às armas apontadas.
Cadastrado com “memória seletiva”
Cristiano Antunes Ferreira, de 39 anos, solteiro, sem profissão, tendo aceitado já prestar declarações no Tribunal da Instância Central Criminal de Braga, bem como “confessar”, na verdade acabou por nunca se “lembrar” dos pormenores que mais o comprometem nos três assaltos à mão armada, todos a mulheres, um dos quais na presença da filha menor da vítima, criança que entrou em pânico, tendo valido a pronta ação de um professor que ia a passar junto da Igreja de São Pedro de Este, em Braga, que perseguiu o assaltante, ao mesmo tempo que chamou a GNR do Sameiro, tendo a patrulha chegado rapidamente, o que permitiu capturar o bandido e recuperar os bens furtados à mulher vítima do assalto.
Esta postura do arguido, que chegou a colocar-se de joelhos, pedindo clemência aos três juízes e ao magistrado do Ministério Público, levou o juiz-presidente a considerar que na realidade “Branquinho” apresentou-se com “memória seletiva”, além de tentar fazer crer que em vez de uma pistola usou uma power-bank nesse roubo e que nos outros dois casos, também de assaltos à mão armada, a faca “era de plástico e de carnaval”, mas ninguém a começar pelos julgadores, se convenceu que a arma branca afinal “era só de brincadeira”.