O processo de vacinação na delegação de Braga da Cruz Vermelha está a gerar algum descontentamento entre os voluntários, uma vez que apenas três foram indicados para serem inoculados. O presidente da delegação, Armando Osório, explicou a O MINHO que tal se deve às normas impostas a nível nacional, que exigem uma média de 15 horas por mês de atividade no transporte de doentes.
Ao que O MINHO apurou, a insatisfação entre os voluntários resulta do facto de apenas três, num universo de cerca de 40 terem sido indicados para vacinação, quando também lidam com transporte de doentes e portanto estão em risco, tal como os assalariados, que foram todos incluídos. E que, no entanto, pessoal contratado para o centro de testes covid-19 e que, alegadamente, não estará em contacto direto com possíveis doentes covid, mas em funções de foro administrativo, foram vacinados.
Contactado por O MINHO, o presidente da Delegação remete para a circular normativa da Coordenação Nacional de Emergência que estipula que apenas “são considerados apenas elementos que tenham cumprido no mínimo, 15 horas de atividade mensal no âmbito do transporte de doentes”.
“Os nosso voluntários, por norma, fazem dois turnos por mês, de seis horas, portanto 12 horas por mês, pelo que não os podíamos indicar. Só três voluntários é que ultrapassaram essa média”, explica Armando Osório, acrescentando que, de qualquer forma, haveria sempre quem ficasse de fora, porque teria que escolher 50% dos socorristas.
Relativamente à inoculação do pessoal adstrito ao centro de testagem, o presidente da Delegação remete novamente para a circular normativa, a qual determina que “por indicação da tutela governamental, é considerado a 100% os elementos que cumpram missões no âmbito do Programa especial de Testes COVID-19, quer em posto fixo, quer em unidade móvel, sendo esse abrangido pela primeira fase da vacinação”.
Armando Osório, que admite ter conhecimento desse descontentamento no seio dos voluntários, afirma que também está “descontente” e que se dependesse de si teria colocado como critério a média de 12 horas, que seria mais abrangente. “Fiz tudo o que podia, mas disseram-nos que era irreversível”, salienta.
“Foi uma norma imposta superiormente e quando há regras temos que cumpri-las. Os voluntários que fazem 12 horas também estão sujeitos a risco, mas a norma foi aprovada pelo Ministério da Saúde e não podemos ultrapassar isso”, conclui.