Os 26 habitantes do lugar de Frades, na freguesia de Portela, em Arcos de Valdevez, regressam hoje a casa depois de estar afastado o perigo de deslizamento de terras, anunciou o presidente da Câmara local.
Os 26 habitantes daquele lugar foram retirados de casa na sexta-feira “por prevenção e salvaguarda da comunidade”, face ao perigo de deslizamento de terras.
“Estão reunidas as condições de segurança para que as pessoas possam regressar às suas casas, o que acontecerá durante a tarde”, disse João Manuel Esteves.
Em causa está o mesmo lugar onde há 19 anos uma tromba de água matou quatro pessoas.
De acordo o autarca social-democrata, responsável pela proteção civil municipal, a decisão de permitir o regresso dos habitantes a Frades, sobretudo idosos, foi hoje tomada após uma reavaliação da situação.
“Os investigadores da Universidade do Minho, responsáveis pelo estudo “Risco de Movimento de Vertente” visitaram o local. Reunimos o dispositivo municipal de proteção civil e, depois da análise dos resultados acumulados de precipitação e da previsão meteorológica para os próximos dias, decidimos pelo regresso das pessoas”, especificou João Manuel Esteves.
A decisão de evacuação do lugar de Frades foi tomada, na sexta-feira, cerca das 16:00, “face à chuva que tinha caído na região e à previsão de mais pluviosidade” durante o fim de semana. A retirada das pessoas foi iniciada cerca das 17:17, numa operação coordenada pelos Bombeiros de Arcos de Valdevez.
Os 26 habitantes foram realojados numa instituição e numa residencial do concelho.
Em dezembro de 2000, uma intempérie desalojou oito famílias de Arcos de Valdevez. Na freguesia de Portela, a tragédia aconteceu quando terra, lamas e pedregulhos, alguns com mais de uma tonelada, caíram pela encosta, de uma altura de cerca de 100 metros, e se abateram sobre o lugar de Frades, destruindo completamente duas casas e causando sérios danos em mais três.
Os efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, já provocaram dois mortos e um desaparecido e deixaram 144 pessoas desalojadas e outras 352 deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.600 ocorrências, na maioria inundações e quedas de árvores.
O mau tempo, provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou no sábado a depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil, num balanço feito hoje às 10:00, disse que o distrito de Coimbra é aquele que ainda causa maior preocupação, apesar de o número de ocorrências ter “baixado significativamente”, esperando-se a redução do leito do rio Mondego nos próximos dias.