O PSD/Barcelos acusou hoje a Câmara local (PS) de “silêncio, desleixo e desinteresse” em relação a uma alegada “lixeira a céu aberto” em Areias de Vilar, situada paredes-meias com o rio Cávado e uma estação de tratamento de água.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Câmara de Barcelos explicou que não está em causa uma lixeira, mas sim um plano ambiental de recuperação de uma pedreira, licenciado pelo Ministério do Ambiente.
O objetivo será o enchimento, com resíduos inertes, dos vazios provocados pela exploração da pedreira.
Em comunicado, o PSD refere que a lixeira funciona há vários anos, “numa zona muito movimentada, bem visível, a poucos metros de uma linha de água afluente do rio Cávado e a cerca de 150 metros de uma estação de tratamento de água (ETA)”.
Acrescenta que já questionou a Câmara, em abril, sobre este assunto e que o presidente do executivo, Miguel Costa Gomes, se limitou a dizer que “iria verificar e encaminhar para o Ministério do Ambiente”.
“Porquê este desinteresse da Câmara perante uma lixeira potencialmente prejudicial e nociva para a saúde das pessoas?”, questiona o PSD.
O partido quer saber se a lixeira está em condições para evitar que a eventual recolha de óleos ou outros líquidos alcance a linha de água que está próxima e sejam lançados no rio Cávado, junto à captação da ETAR, e se recolhe resíduos com amianto e/ou outros materiais similares, considerados prejudiciais para a saúde pública.
À Lusa, a Câmara referiu que, em 2015, o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE) solicitou ao município parecer sobre o Plano Ambiental de Recuperação Paisagística, tendo em vista o licenciamento de uma instalação de resíduos para recuperar o vazio de escavação de uma pedreira.
A Câmara deu parecer favorável à recuperação ambiental do local da referida pedreira e o ministério autorizou o enchimento de vazios de escavação com resíduos inertes.
“O espaço está devidamente licenciado pelo MAOTE, cabendo a esta entidade a fiscalização do Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística”, conclui a Câmara.